quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Vou deixar de me meter nas passas

aquelas 12 passas engolidas nas passagens de ano, que nos obrigam a pedir 12 desejos no espaço de poucos minutos, são um enjoo que terei de repensar.

Todos os anos o mesmo drama: o que vestir, o que fazer, que desejos pedir. 

Todos os anos, a mesma conclusão: não me lembro dos desejos que pedi mas arrisco dizer que não se podem ter realizado os 12. Eram todos altos voos e eu não me lembro de ter voado por aí fora durante o ano. Conclusão, pedi de mais ou não soube pedir o que de facto importa com o devido fervor (o sabor das passas também não me permite reflectir muito)

Uma outra conclusão, mais a puxar para o depressivo:
Numa altura em que não há paciência para fingir boa vibe e alegria do pequeno almoço ao deitar, ocorre-me que devo exigir mais de mim e menos dos outros. É exactamente no escuro que um foco com pouca pilha se desliga. Vou começar a comprar mais pilhas e a comer menos passas.

Assim sendo vou reservar as passas apenas para desejar:
- manter-se o que está bem
- rever as pilhas da minha vida 
- deixar de ter memória curta 
- olhar para o meu umbigo
- deixar de ser a palhaça de serviço e ter as minhas depressões
- muita saudinha e trabalho

Acho que reduzindo esforços e comendo apenas 6 passas, terei mais tempo para desejar profundamente cada um deles e o ano de 2013 vai ser espectacular.

ceteris paribus

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Apontamentos sobre Londres

Antes de tudo, defino a coisa como "espectacular, amei, voltarei".

O hostel "Travel Joy" foi a escolha perfeita. Além do conforto, limpeza, simpatia do local e pessoal, os quartos mistos e casas de banho partilhadas deixaram de ser um bicho papão e creio, mais dois dias ali e sentir-me-ia melhor que em casa. Na primeira manhã em Londres, deparo-me com o belo do rabo do vizinho da cama da frente, ali ao relento e em pose artística. O moço estava claramente cheio de calor e suponho que a causa fosse a moça, igualmente despida, que se aninhava artisticamente nos braços dele. Foi caricato. Note-se que passei uma noite horrível de pesadelos e sono leve e de nada me apercebi no que toca a movimentações estranhas naquela cama (ainda estou para saber como raio o fizeram sem dar qualquer tipo de ruido ou movimento óbvio...). No segundo dia já eu me passeava na casa de banho, apenas de toalha, pedindo licença para passar aos seres do sexo masculino que partilhavam o espaço. Lá está, rapidamente se perde a vergonha inicial e nos parece tudo super normal. (no que toca a coisas esquisitas, estes foram os únicos factos, note-se).

A viagem foi de mero reconhecimento espacial pelo que tudo o que possa existir a título de museus passou-nos ao lado, mais ou menos propositadamente. Note-se.

O Big Ben não deve ser muito maior que a Torre dos Clérigos. Foi com algum surpresa que percebemos que aquela torre ali no meio era o tão, supostamente, emblemático Big Ben.

O sentido de orientação pouco vincado fez-nos andar em círculos até encontrar o que quer que fosse, e na maioria das vezes, encontrávamos o que não procurávamos de forma bem mais rápida. As pernas doeram-me mais em 3 dias que em 2 anos de ginásio. Indicações e mapas decentes não são coisas que abundem por aqueles lados (o que juntamente com a falta de sentido de orientação, complica o processo)

Come-se como se não houvesse amanhã. E não é estrondosamente caro.

Em qualquer canto e esquina ouve-se a língua de camões.

Não se deve entrar em casas de jogos em China Town. É estupidamente viciante.

Recomendo e percebo agora por que razão as pessoas vão tantas vezes a Londres como eu a Lisboa.

ceteris paribus








quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Londres

Acordei em Londres e vi um rabo.
De homem.
E tudo o que dissesse a partir daqui podia soar mal.

MM