quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Vou deixar de me meter nas passas

aquelas 12 passas engolidas nas passagens de ano, que nos obrigam a pedir 12 desejos no espaço de poucos minutos, são um enjoo que terei de repensar.

Todos os anos o mesmo drama: o que vestir, o que fazer, que desejos pedir. 

Todos os anos, a mesma conclusão: não me lembro dos desejos que pedi mas arrisco dizer que não se podem ter realizado os 12. Eram todos altos voos e eu não me lembro de ter voado por aí fora durante o ano. Conclusão, pedi de mais ou não soube pedir o que de facto importa com o devido fervor (o sabor das passas também não me permite reflectir muito)

Uma outra conclusão, mais a puxar para o depressivo:
Numa altura em que não há paciência para fingir boa vibe e alegria do pequeno almoço ao deitar, ocorre-me que devo exigir mais de mim e menos dos outros. É exactamente no escuro que um foco com pouca pilha se desliga. Vou começar a comprar mais pilhas e a comer menos passas.

Assim sendo vou reservar as passas apenas para desejar:
- manter-se o que está bem
- rever as pilhas da minha vida 
- deixar de ter memória curta 
- olhar para o meu umbigo
- deixar de ser a palhaça de serviço e ter as minhas depressões
- muita saudinha e trabalho

Acho que reduzindo esforços e comendo apenas 6 passas, terei mais tempo para desejar profundamente cada um deles e o ano de 2013 vai ser espectacular.

ceteris paribus

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Apontamentos sobre Londres

Antes de tudo, defino a coisa como "espectacular, amei, voltarei".

O hostel "Travel Joy" foi a escolha perfeita. Além do conforto, limpeza, simpatia do local e pessoal, os quartos mistos e casas de banho partilhadas deixaram de ser um bicho papão e creio, mais dois dias ali e sentir-me-ia melhor que em casa. Na primeira manhã em Londres, deparo-me com o belo do rabo do vizinho da cama da frente, ali ao relento e em pose artística. O moço estava claramente cheio de calor e suponho que a causa fosse a moça, igualmente despida, que se aninhava artisticamente nos braços dele. Foi caricato. Note-se que passei uma noite horrível de pesadelos e sono leve e de nada me apercebi no que toca a movimentações estranhas naquela cama (ainda estou para saber como raio o fizeram sem dar qualquer tipo de ruido ou movimento óbvio...). No segundo dia já eu me passeava na casa de banho, apenas de toalha, pedindo licença para passar aos seres do sexo masculino que partilhavam o espaço. Lá está, rapidamente se perde a vergonha inicial e nos parece tudo super normal. (no que toca a coisas esquisitas, estes foram os únicos factos, note-se).

A viagem foi de mero reconhecimento espacial pelo que tudo o que possa existir a título de museus passou-nos ao lado, mais ou menos propositadamente. Note-se.

O Big Ben não deve ser muito maior que a Torre dos Clérigos. Foi com algum surpresa que percebemos que aquela torre ali no meio era o tão, supostamente, emblemático Big Ben.

O sentido de orientação pouco vincado fez-nos andar em círculos até encontrar o que quer que fosse, e na maioria das vezes, encontrávamos o que não procurávamos de forma bem mais rápida. As pernas doeram-me mais em 3 dias que em 2 anos de ginásio. Indicações e mapas decentes não são coisas que abundem por aqueles lados (o que juntamente com a falta de sentido de orientação, complica o processo)

Come-se como se não houvesse amanhã. E não é estrondosamente caro.

Em qualquer canto e esquina ouve-se a língua de camões.

Não se deve entrar em casas de jogos em China Town. É estupidamente viciante.

Recomendo e percebo agora por que razão as pessoas vão tantas vezes a Londres como eu a Lisboa.

ceteris paribus








quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Londres

Acordei em Londres e vi um rabo.
De homem.
E tudo o que dissesse a partir daqui podia soar mal.

MM

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Não confio nadinha mesmo:


Em pessoas com mais de 20 anos que dizem TÓTIL. "Isto é tótil fixe", "tótil marada, aquela cena", "a sopa está tótil quente".
Por favor...

Quase tão bom como BUÉ. Ou BUEDA, mais concretamente. "Bueda fixe", "é bueda cool", "está bueda frio".
Quem?


Oi?

E a moda do TOP...mágica. Como foi a festa? "Top", A sopa está boa? "Top", Ouviste o que ela disse? "Top".
Espasmos no estômago.

E o que eu gosto de pessoas que se dirigem a mim com um "ó LINDA"...
Sublime.

Melhor só mesmo quando me dizem "BIGADA".
"Bigada linda" então...é top.
Até lacrimejo.

Também não dispenso o viral MUAA.
Senhores, o que eu pedalei até perceber que se tratava de uma estúpida onomatopeia.

Comichões ao ponto de provocar dormência nos membros:
SMS: Kida, KereX tomar um KafeXito?
Choro compulsivo.

 MIGA e NINA

Pulsos. Lâminas.



 
[Impropérios à língua de Camões. Pior só o novo acordo ortográfico.
Que lhe valha a Amália no Panteão para lhe acalmar os nervos.]

E com isto me vou.
Bxinhoxx  

MM

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Estranho e não entranho #2

figuras (aparentemente) masculinas que me pedem para os ir buscar não sei onde e lhes dê boleia para algures.

Xiça, sou, antes de mais, uma menina e, orgulhosamente, das antiguinhas. Isto é, na minha ideia de Mundo, as mulheres não têm como obrigação fazer coisas declaradamente da responsabilidade do homem. Já diria um senhor, um verdadeiro senhor, "eu não te peço para saberes cuidar do teu carro da mesma forma que não te vou incomodar quando estiveres a lavar a loiça" (óbvio que teve de acompanhar este comentário de um "ah ah ah" para não ferir eventuais susceptibilidades e ter-se apenas como quem manda a boca em tom de piada, mas manda!)

Ora eu não acho que venha mal ao mundo se eu tiver de trocar um pneu.. já acho completamente descabido que um homem me peça para eu mudar um pneu... Não vem mal ao mundo se eu me oferecer (analisada a situação e considerando-se adequado) para ir buscar o moço a casa (assim de repente não vejo situação cabível nisto a menos que ele esteja temporariamente sem carro e eu quiser muito estar com ele e não for um dos primeiros 50 encontros). Já me parece um mau indicador, sobre todo um amplo leque de outras questões, se ele me disser "vem-me buscar e vamos tomar cafe". Ele dizer-me "faço questão de te ajudar a lavar a loiça" é aceitável e até bonito. Eu dizer-lhe "vai lavar a loiça" e ele ir... faz me uma certa confusão. Pah pronto, são ideias.

No Mundo ideal, o homem tem como pressuposto da sua existência o ser cavalheiro, o homem da casa, o que comanda as tropas e assume as tarefas de maior desgaste físico.

A mesma lógica se aplica no âmbito profissional, onde eu não deixo de ser uma menina, orgulhosamente, das antiguinhas. "Venha-me buscar aos escritório e vamos ali fazer a tal reunião". O quê?? Para mim é mau indicador, pronto. E é de tal forma inacreditável que me deixa sem resposta e lá vou eu, corada (com aquele sentimento de "vergonha alheia"*), buscar o senhor.

*vergonha alheia é aquele sentimento que nos assiste quando alguem, sem vergonha alguma, faz ou diz algo de que se devia envergonhar. Mas não se envergonha. E esse sentimento é tomado por mim.

ceteris paribus

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A lista

Do que eu gosto mesmo é de pessoas pobres e mal agradecidas. A pobreza de espírito aliada à ingratidão é uma combinação que não resiste à minha "lista de seres apenas humanos".
Como explicar? É como as pessoas que temos adicionadas no Facebook. Umas estão nos "amigos chegados", outras nos "amigos", outras nos "conhecidos" e outras nos "sei que existes" (que são as que não vêm puto da nossa página).
A "lista de seres apenas humanos" equipara-se ao grupo dos que existem. Equipara-se mas não é bem a mesma coisa. Enquanto que naquele grupo do FB incluo as pessoas que passaram de bestiais a bestas e aquelas que sem serem bestas nunca foram bestiais, a "lista dos seres apenas humanos" está reservada a bestas, as que se revelaram com o tempo e as que nunca esconderam essa sua qualidade.
Basicamente, a "lista de seres apenas humanos" é composta por seres a quem atribuo apenas essa qualidade, a de seres humanos. Devo-lhes o respeito que a condição humana impõe, nada mais. Do que gostava mesmo era de as transportar para o plano das coisas e de tratá-as como tal. Mas diz que não se pode.
Pessoas por quem até já se fez alguma coisa, pessoas por quem até se tinha grande consideração, pessoas por quem já se fizeram alguns esforços, pessoas por quem já abdicámos de convicções para lhes aceitar comportamentos, virem  levantar o estandarte da ingratidão à minha frente? Ou pior, por interpostas "frentes"? Pá, insanável. Vais para a lista.

MM

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Um bom dia e um copo de água não se nega a ninguém

O que me vai mantendo crente é que, na classe das gentes que ganham um salário de 5 dígitos, tem dias que lido com a p*ta da mania instalada, tem outros em que reconheço a existência de valores e princípios básicos, como o dizer "Bom dia", Obrigada" e "Por favor".

Não vejo motivos para a ausência destes termos básicos no relacionamento entre as pessoinhas .. ainda que nesse relacionamento não se reconheça nenhuma outra característica bonita ou fofinha, o ser-se bem educado tem de ser pressuposto.

Eu não acho imprescindível a beijocada toda pela manhã e pelo fim do dia no escritório (dispenso!!), os bons dias personalizados, as menções honrosas porque o tipo apanhou uma caneta que o vizinho deixou cair ou tratar a avó,pais e irmãos por "vocemecê".. mas como alguém me ensinou "um bom dia e um copo de água não se nega a ninguém".
 
Ontem foi o dia da PDM se passear na minha frente. Hoje foi o dia dos que, com igual impacto sobre mim ou o meu trabalho, mostram não se terem esquecido dos ensinamentos da maezinha, dados no tempo em que ganhavam a semanada ou precisavam da mãe para lhes limpar o rabinho.

E quando eu me juntar a estas gentes (os tais dos 5dígitos) vou eu própria educar os que ganharem de 5 para baixo (os de 6 para cima não chegarei a conhecer, certamente). Até lá educarei os meus filhos e os da minha geração. O Estado, um dia, perceberá que me deve pagar um subsídio para me dedicar à procriação e reciclagem da espécie.

ceteris paribus


terça-feira, 23 de outubro de 2012

O regresso do zombie ao campo de concentração

não é bem este o filme mas o sentimento de medo e brincadeirinha parva sem piada são os mesmos.

Eis que o dito cujo regressa ao facebook. Contra a minha crença e conhecimentos faceboquianos, ele regressa com a página intacta, tal como a deixou. Isso inclui-me portanto como "amiga". E é isto. Sem convite da parte dele nem aceitação da minha parte, eu estou incluida na sua vida como espectadora. Num rasgo de actualizações que dali se seguiu, eu voltei a sentir o coraçaozito apertado a cada post, alteração de foto, likes e comentários. Enfim, o que seria a vida de uma gaja sem estes abanos?...

Ele não teve de decidir se me queira ou não incluir. Eu decidi não me auto excluir. Dois argumentos que me expõem a uma série de riscos e ataques cardíacos.

Desabafos adolescentes à parte, voltemos ao Outlook, que esse sim me adora, não vive sem mim e corre atrás se me tento afastar (e permite-me ganhar uns trocos para comprar sapatos e ir a Londres com a MM).

ceteris paribus

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Estranho e não entranho #1

... pessoas que enviam email e de seguida se levantam para confrontar o destinatário, repetindo o conteúdo da msg e esperando resposta in time.

É de mim ou isso retira a vantagem que a internet nos dá? posso mandar email e perder 1/10 do tempo do que perderia se tivesse de conversar com o destinatário. Ora mandar email e depois conversar com o destinatário é capaz de ter o efeito contrário ao pretendido.. digo eu!

Por ser tão estúpido, tento perceber o objectivo (que deve ter...tem de ter...para não ser mesmo só estúpido):
- o remetente não tem outro assunto e este parece ser o motivo perfeito para trocar impressões pessoalmente com o destinatário (faz sentido quando um e outro são de sexos distintos)
- o remetente não tem puto para fazer 
- o remetente ... (não há outro motivo.. e é só estúpido...)

ps: deixa de ser só estúpido e passa a irritante quando o remetente aparece nas costas do destinatário e fica a olhar para o seu monitor enquanto declama "não sei se viste o meu email..então é assim: bla bla bla bla"
ps2: obviamente que um email é desde logo catalogado com "urgente", "depois respondo", "quando me apetecer respondo", "não vou responder mas vou por bandeirinha para não me esquecer o quão chato és"... Já um confronto pessoal me leva, sobre qualquer que seja o assunto, a assinalar (e dizer) "sim depois vejo isso" (que é como quem diz "desaparece de trás de mim já!"). Serei mais solicita se a pessoa se posicionar à minha frente...mas não muito mais)

ceteris paribus


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Hoje deve ser o dia da atrasadice mental e decidiram convidar-me para a festa. Sou a presidente do júri, incumbida de entregar o troféu ao maior imbecil do dia.
Desfilaram vagarosamente, exibindo tanto a sua estupidez natural como aquela que guardaram especialmente para me impressionar neste dia de festa.
A cada meia hora aparecia um, ávido pela distinção, em luta sofrida pelo título de o maior imbecil.
As pessoas que me apareceram hoje à frente, avaliadas por um psiquiatra (ou por quem não as aturou), estão stressadas, por isso implicantes, irritativas, sensíveis e com ataques nervosos de perfeccionismo. Detecta-se até um distúrbio obsessivo-compulsivo em alguns indivíduos. Mas na verdade escondem uma depressão profunda, tendências psicóticas e insinuações neuróticas, estão descrentes em si e no mundo, é o que a crise faz, pois então, toma lá um xanax e meio prozac só para início de conversa.
As mesmas pessoas, avaliadas por mim: filhas da P*** de frustrados, não devem ter sexo há décadas, andam a reprimir complexos de inferioridade, a recalcar experiências traumáticas, autómatos mal amanhados. Façam uma manif. pela libertação das ostras das lezírias do Tejo (se não existem não se percebe porquê, por isso manifestem-se na mesma),  andem nus no trabalho, descomprimam, bebam cerveja em canecas de litro, gritem com força, batam com o mindinho numa esquina para desviar a atenção das convulsões interiores.
E depois sim, podemos conversar.

MM


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Next Stop


 

Questões práticas que se (me) impõem:
(A CP está ocupada com projectos megalómanos)

 Câmbio (raisparta a Isabelinha que não alinhou no Euro)
Encaixar as minhas necessidades numa mala de cabine (oh, un déjà vu)
Assegurar estadia a menos de 20 Km  (perdão, milhas) do centro do acontecimento.


 
MM


 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Faro maldito

Ocorre-me mandar umas postas sobre aquela capacidade humana exclusivamente reservada às tristes das mulheres. O Faro.. 


Vou apenas dedicar-me à parte do "exclusivo" e "triste" da coisa porque o resto é do conhecimento geral e evidência óbvia. 

Sentir ao longe que o outro não está a dizer a verdade ou esconde uma asneira feita, ou projecto futuro, é coisa de gaja. Ela rapidamente sente que ali há gato (gata, por norma). Isto não tem nada de divino e sobrenatural. Somos sim fêmeas ferozes com aquilo que nos pertence e portanto estamos atentas aos mais ínfimos sinais (aquela forma estranha de escrever sms, aquele mudar de tom de voz, aquele virar de olhos enquanto mente descaradamente, aquele rol de justificações quando ninguém perguntou nada, a cama feita como que por milagre, os horários, o telemóvel que deixa de ter som, etc...). Nós olhamos para o detalhe. Eles não percebem que mudamos o tom do cabelo de castanho para castanho escuro com reflexos caju... como podemos nós esperar que eles percebam os tais "sinais"...? Não percebem, não reparam, não visualizam diferenças do "antes de ser corno" para o "depois de ser corno". Não são as mulheres mais discretas ou mais capazes.. eles é que são mais cegos.

Enfim, é exclusivo. E triste. Triste porque na ausência do faro minimizavam-se os momentos de agonia, de perseguição e investigação exaustiva.

Engraçado é apanha-los depois na tentativa esforçada de ver alcançados os seus (bons) objectivos de nos surpreenderem sem serem detectados pelo Faro. Se calhar, por saberem que os espera a inquisição e torturas mortais, se apanhados pelo Faro, eles preferem nem pensar em nos surpreenderem, e portanto mudarem um centímetro do que é o dia-a-dia da relação. Não vá o diabo tece-las, antes a rotina pacífica que a surpresa potencialmente mortal.

ceteris paribus




quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Que as há, há


Hoje é daqueles dias em que fumo um cigarro e me sento ..para dali a 5 minutos me perguntar se já passou um período considerado suficiente para voltar a fumar. A isto eu chamo de "feeling". Hoje estou com o feeling que algo bom vai acontecer. Estou, além do mais, nervosa. Nervosa com o feeling. Mas o que quer que seja, que seja de facto bom (já me contento com o não ser mau!) porque é merecido.
Nos últimos dias, e talvez por ter ficado sugestionada com o uma "vidente" me "diagnosticou" ("invejamentos" chamou-lhe ela), tenho estado esquisita.. sem forcinhas e no modo "vão todos para a grandessíssima P* que vos pariu, não me f* a cabeça. Sou uma desgraçadinha sem futuro" (sim com palavreado forte para se perceber a dimensão do sentimento). Por algum motivo em especial? não, nada mesmo. Só porque sim.. assim uma espécie de neura que alterou não só o meu estado de espírito como me esteve a afectar o corpinho. Juro que me senti sem forcinhas. Que merda estranha.., xô diabo!
Grandes vacas (sim, só podem ser mulheres), enquanto eu não tiver um quarto de vestir não tenho uma vida digna de ser invejada. Que não me desejem bem ou achem que não mereço o que tenho, ok. Mas não me venham lixar com "invejamentos" e maus olhados. Dêem-me antes uma chapada ou chamem-me nomes feios face-to-face.
Adiante... (que nem gosto de reflectir muito sobres estas coisas do mítico e tal)
Vou fumar um cigarro.
ceteris paribus

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

RIP ou seja lá o que for

Estes dias fui surpreendida com uma atitude extremista. Não me refiro a TSU e perda de subsídios (que já  não se pode ouvir disto e a minha opinião é pouco consensual) mas sim ao facto de alguém por fim à sua página pessoal de facebook. Depois de micro segundos a tentar perceber o que se tinha passado, depois de minutos passados a pensar na razão da atitude e algumas horas a reflectir "e agora como é que me vou manter actualizada sobre os seus passos (e mulheres)"- sim estou a falar de uma página de um dito cujo que me aperta os canais mais estreitos do coraçãozito- imaginei-me a ter uma atitude daquelas com a minha página/vida. 

Coloco-me no grupo dos utilizadores activos (tem dias até obsessivos) e não no grupo dos olheiros. Ali eu exponho (com o controlo sobre quem vê, quem vê pouco ou quem não coisa nenhuma) a minha vida e o que me vai na alminha. Uso ainda para passar alguns bons minutos de distracção com piadolas e frases profundas e certamente uso mais o chat que o saldo do meu telemóvel. Mantenho-me em contacto com outros utilizadores do mesmo "grupo", ao longo do dia. Chega a haver cumplicidade e compreensão que nenhum outro meio de comunicação garante. Se não me responderem a uma sms ou email nos dois minutos seguintes fico louca. Se me responderem, no chat, duas horas depois, aceito com naturalidade.

Fotos. Não crio álbuns com todos os detalhes do evento mas escolho O(s) momento(s). 

Cusquices. Ali sabemos em tempo real um pouco de tudo. Política, programas televisivos, tendências, questões de foro profissional, a vida dos que nos são mais próximos e dos que nos são mais ou menos próximos bem como dos que nunca, noutro meio, teríamos interesse ou a lata em perguntar/dizer "o que fazes? correu bem o dia? estás f*do porque? Vais casar? mudaste de emprego? felicidades! Boa sorte! força nisso! vamos beber um copo? vais a que festa? saíste com ele??".

Perder tudo isto... ver que alguém perdeu tudo isto (e eu perdi um outro tanto de coisas, boas e más, consequentemente) dá em mim assim um sentimento de perda... como se fosse o fim da pessoa.. 

É estúpido e passa mas... vestisse eu preto e acho que transmitia por essa via um certo luto.

Tema para outro post será quando novamente for criada uma página pessoal (sim, eu estou em crer que assim será) e moi même não receber a indicação de que a pessoa pretende ver-me adicionada novamente.. (ou seja não me quer ver ou saber ou dar a saber puto) mas isso são outros quinhentos. Se amanhã já me for igualzinho ao litro não há post algum e pronto, todos felizes como antes.

ceteris paribus

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Ora porra, logo hoje.

Se o Porto é uma aldeia, toda a gente se encontra inesperadamente, o quê que se pode esperar de uma cidade com menos de 50 000 habitantes? Mais, o quê que se pode esperar quando essa pequena população sai à noite e tem três ou quatro opções de escolha para dançar? As probabilidades de as pessoas se reencontrarem inusitadamente variam entre a sorte e o azar.
Tive sorte durante muito tempo. No sábado, os astros alinharam-se e eis que tive que respirar o mesmo ar que o meu querido ex-namorado.
Estava eu com a minha pita calçuda (nome encriptado que, a par do "roupa-na-corda" e do "carbitex", fazia parte da nossa gíria) num bar, a beber uma coca-cola (que é coisa que acontece uma num bilião de vezes) e a decidir ir para outro sítio porque aquele estava quase às moscas, quando (falávamos nós precisamente de encontros imediatos), se avistam uns seres que nos fizeram adivinhar a diversão que ia ser aquela noite. Os amigos do dito, a aparecerem de emboscada.
Deslocámo-nos um pouco para evitar o choque frontal e em cadeia.
Durante uns minutos tive esperança que o moço tivesse tido uma indisposição incapacitante, que tivesse emigrado para a Etiópia, que tivesse sido levado por uma nave espacial - as únicas razões que o levariam a não estar ali, com o seu grupo de amigos inseparáveis (já me ocorreu que agora vivam todos na mesma casa, de tanto que dependem uns dos outros para viver).
Mas não, ele também apareceu. Bastou focá-lo e começou a sequência: coração a querer desertar, visão turva, perninhas a tremer. Quando recuperei 2% de capacidade de raciocínio, pensei: fo**-**, logo hoje que nem era para sair, logo hoje que estou quase como quem vai ali à mercearia comprar arroz. Olhei para mim, um vestidito, umas sandalitas de 7 cm em salto cunha, unhas por pintar, maquilhagem zerinho (apenas o risco desvanecido nos olhos, sem o qual estaria nua). Que desgraça.
Mas não podia perder a oportunidade de actualizar informação acerca daquelas pessoas. Decidimos ficar (até porque ir imediatamente embora significava ter que passar por eles, mais tarde sempre o espaço estaria mais preenchido).
O dito não é apenas um ex-namorado. É O ex-namorado. O meu primeiro amor (único verdadeiro, até ver). O carinho que tenho por ele mistura-se com uma grande dose de sentimentos pouco recomendáveis.
Diz a pita calçuda que ele "continua um pedaço de homem". Tenho que reconhecer que me faria melhor ao ego vê-lo com mais 20 kg, velho e acabado. Ainda assim, não tive que puxar muito por mim para lhe apontar um defeito irrebatível: a altura. É baixo, o miúdo, se continuasse com ele ia andar de rasos o resto da vida, e daí a calçado ortopédico era um saltinho. Mas é ele.
Ao seu lado envergava-se a respectiva. Loira de olhos claros, que cliché sem jeito. À primeira vista, é gira; à segunda, assim visto o conjunto, nem vou dizer o que nos pareceu. Qualquer namorada que ele tenha nunca me vai conquistar a simpatia, parece óbvio. Mas esta não é apenas uma namorada das 1500 que ele já teve. É nem mais nem menos do que a p*** por quem ele me trocou.
Sempre disse que, a trocarem-me, que seja por uma mulher estupidamente bonita, podre de boa, a doer de tão inteligente. Por alguém contra quem não seja possível competir. Assim pronto, percebo a mensagem, engulo em seco e sigo.
Mas não, arranjam uns troços (comparado com aquilo que se espera, são uns troços). Por isso é que uma gaja deprime: se ele me trocou por aquela (aquela, porra!!), é porque eu sou muito pior!! E chora-se por isso, muitas vezes só por isso. Imaginamos os encantos que ela terá, vasculhamos o Facebook dela 5 vezes por dia, o dele 15, o dos amigos, para ver quem comenta, se há fotos, se há alguma coisa que nos elucide.
Não tenho nada contra esta moça, mas gostava muito de a encontrar numa rua escura, numa noite chuvosa e fria. Nunca falei com ela, não lhe conhecia a tromba enquanto namorava com o dito, mas o simples conhecimento da sua existência irritava-me profundamente (e o sexto-sentido é mito, querem ver?).
Precisei de embutir álcool no pêlo para aguentar a situação (sou uma pessoa calejada nestas coisas, mas com coca-cola...). A certa altura olhámos um para o outro ao mesmo tempo (dizer que cruzámos o olhar seria de um romantismo que não cabe aqui) e eu desviei e olhei indiferente para o infinito. Só por isso valeu a pena. 5 pontos para mim.
No mais, fica a lição: uma gaja nunca pode andar abaixo de IMPECÁVEL. Nunca se sabe quem podemos encontrar, por isso 12 cm de saltos, unhas arranjadas, cabelo lindo e sedoso e uma ligeira maquilhagem, sempre conferem aquela segurança.
Também nos lembrámos de ter uma espécie de "kit-encontros-imediatos" no carro (se eu tivesse, não consigo assegurar que não me fosse socorrer dele).
Ainda assim, até correu bem. Pita calçuda (que conhece como ninguém a minha história com o dito), confere que passámos na prova com distinção.

MM

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Pois, afinal não foi bem assim.

A conversa de mais de 2 horas com o chefe arrasou com as minhas convicções. Sem qualquer dificuldade, como se tivesse estado o dia todo a ensaiar o discurso, apresentou-me meia dúzia de razões para ficar e outra meia dúzia para me fazer sentir estúpida por querer ir. Já podia esperar que o seu poder de persuasão me abalasse, mas pensei que o facto de ter aceite a proposta da empresa fosse suficiente para não balançar. Sou uma menina.
Fui para casa pensar na vida e durante o fim-de-semana não consegui mais do que cansar o neurónio. Estava inclinada a ir tanto como a ficar.
Na segunda-feira de manhã, liga-me o homem a falar bonito, a dizer as palavras certas na hora certa (sabes tanto...) e eis que me parece óbvio que não posso ir embora.
Dizer à empresa que afinal não dá assim muito jeito aceitar a proposta (alegando motivos pessoais) demorou uns 35 segundos. Pensei: "F***-**, estava eu quase a largar a família para ir trabalhar com estes gajos, que se estão nas tintas para mim".
Se foi a decisão certa? Sei lá. Se fiz bem ficar? Há quem diga. Se devia ter ido? Se calhar. Na língua "euro-a-bater-na-conta", a mudança era vantajosa. Mas razões que a Razão desconhece falaram mais alto.

E pronto, foi assim que, mudar de cidade, de trabalho e de vida se transformou numa volta de 360º - tudo na mesma (mas com promessas que não vou esquecer, querido chefe).

MM

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O efeito Verão

Por estas alturas uma coisa com o seu "quê" de bonito acontece.

O Verão é, por tradição, aquela altura do ano onde tudo acontece, onde se dão as reviravoltas da vida. Veja-se que é nesta altura que se dá o boom dos casamentos, baptizados, términos de relações, novas interacções sociais, mudanças de guarda roupa, novas relações, fim de qualquer depressão ou outro mal utilizado para não trabalhar.

Por esta altura o marasmo social do resto do ano transforma-se num reboliço de novas histórias e acontecimentos. Histórias que fazem render conversa para o resto do ano.

like it.


ceteris paribus


sexta-feira, 27 de julho de 2012

sexta-feira, 20 de julho de 2012

"Nem o pai morre nem a gente almoça"

É o que me apraz dizer.  O boss não chega, os nervos aumentam, há um certo bloqueio psicomotor a dominar-me. Para ajudar, a tipa que trabalha ao meu lado dialoga consigo mesma e assoa-se como quem quer que o rim lhe saia pelo nariz. Perguntei-me várias vezes como é possível que uma pessoa que nem 1,50m tem consegue fazer o basqueiro que 20 pessoas teriam que se esforçar muito para fazer. E quando ela se lembra de vir para o gabinete com a sua tigela de leite com maçã e bolachas misturadas? Seria pertinente, nessas alturas, permitir visitas de estudo a alunos de ciências da natureza, para que pudessem acompanhar todo o processo digestivo. Do bolo alimentar aos gases gástricos, todo o processo é devidamente disponibilizado ao observador. Enfim, um subaproveitado museu vivo do aparelho digestivo. Como nem eu nem a outra colega somos pessoas muito ligadas à ciência, ausentamo-nos durante essas sessões de demonstração.
Mas há mais para oferecer. Neste momento ela é a única concorrente, mas certamente não faltariam outros para o concurso "quem consegue engolir mais água por microssegundo". Não é para amadores virar a garrafa goela abaixo como quem despeja água por um cano desimpedido.
E o comportamento de matarruana? Ninguém a supera. Seria necessário muito treino para que outra pessoa conseguisse ser tão inconveniente, tão sem "saber-estar", tão sem jeitos e maneiras. Certo dia, numa situação profissional de alto nível, e até com acompanhamento mediático (na qual acompanhávamos o boss, salve-nos o papel de meras figurantes), aproveitou um intervalinho e sacou da sua sandes, embrulhada num saco de papel - que não desgrudou da sandes, de tal forma que deve ter levado umas valentes dentadas - e alimentou-se ali mesmo. Não contente, gritou-me (estava eu a uns 5 metros dela): queres um bocadinho? Apreciei a simpatia mas quis muito que se abrisse um buraco no chão para onde eu pudesse cair discretamente.
[Agora que libertei energias, vou ver se o boss chega ou se é preciso ir lá eu].

MM

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Decisões

Não gosto, não tenho jeito, é desconfortável. Resumindo, é uma grande merda.
Mas diz que é o que os adultos fazem de vez em quando e o meu B.I. confere que pertenço a esse mundo.
Pois então que acabei de tomar a decisão. À entrevista de que falei seguiu-se outra, a coisa deu-se e fizeram-me uma proposta. Nas duas horinhas que me deram para decidir (oh, verbo ranhoso), conferenciei com a minha conselheira, pessoa adulta, desenrascada e mais habituada a estas lides, e eis que decidi aceitar a proposta. Decidi (deixem-me repetir que isto não é verbo que eu conjugue muitas vezes).
Mas há uma novidade a acrescentar a tudo isto: não, não vou para Lisboa, vou ficar no Porto. Eu queria muito ir (!) mas houve sinais evidentes da desnecessidade dessa loucura e preferi não contrariar...
Agora há toda uma sequência de acontecimentos a preparar. O primeiro deles é o mais difícil: dizer ao boss que vou embora. O boss é o corno da história, não faz ideia do que se passa e quando souber vai ser em jeito de "fui". Não vai ser fácil, nada fácil. Não sei que reacção terá, não sei com que relação ficaremos.
Que me valha o entusiasmo da mudança, porque o sentimento de partida tortura-me. Aqui sei o que tenho, sei com o que conto, conheço as pessoas, tenho os meus vícios, as minhas liberdades, conheço as chatices e os cantos à casa. Não sei o que vou encontrar, tenho um pequeno medinho de me arrepender. Mas quem não arrisca não petista, pois não é assim?
Outra questão prática que me começa a assombrar é a passagem de pasta. É que 4 anos de trabalho não se passam a outra pessoa de ânimo leve. E paciência não é coisa que me assista em grande quantidade. 
Questões verdadeiramente sérias:
Assemelho esta mudança aos tempos de escola. Cada vez que começavam as aulas (que era sempre um rumo ao desconhecido), em Setembro, a minha mãe comprava-me roupa nova. Não estou a ver em quê que isto difere, portanto sinto-me pressionada a comprar roupa nova.


MM





sexta-feira, 6 de julho de 2012

Relações mais ou menos exclusivas e o efeito dos elásticos de cabelo

O conceito da exclusividade nas relações com o sexo oposto agrada-me, seja este relacionamento mais ou menos circunscrito ao físico da coisa ou com um pouco mais de substância. Devo ainda assim aceitar que, quando a relação é tão pontual que deixa de ter o carácter de relação, a fila anda. E deixemo-nos de coisas que a fila anda para os dois lados, se assim se proporcionar. Eu só não preciso de constatar com factos que a fila anda do outro lado. É uma espécie de auto defesa que se resume a "eu sei mas não quero ver".
Além de ser levada a ver (ainda que apenas um elástico de cabelo no que simpaticamente chamei de pinódromo do dito cujo), custa-me mais um bocado concluir que estou associada, no telemóvel do outro, ao grupo das "Diversas". Pela quantidade de solicitações julgo que ele sabe o meu nome e este deve estar no topo da lista de contactos. Claramente não será pela espectacularidade da minha pessoa mas porque o meu nome começa por uma das primeiras letras do alfabeto.

Passa do chatear ao irritar quando o dono do pinódromo e do telemóvel acha uma profunda injustiça a minha auto exclusão da lista "Diversas". Olha c`a merda hein?!

Acho que é a isto que o popular se refere quando diz que ser adulto implica assumir as responsabilidades pelos seus próprios actos. Obrigadinha. Já entendi a causa-efeito. Sou mulher, não posso, simplesmente porque quero tanto quanto ele, permitir avanços sem o pedido de casamento formal, seguido de um período de preparação do acasalamento de pelo menos meio ano. 

ceteris paribus

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Os meus pais sempre me disseram "Acompanha-te dos bons e serás como eles, acompanha-te dos maus e serás pior que eles".
E felizmente tenho-me feito acompanhar vida fora pelos "bons". Se isso não me faz "igual a eles" pelo menos demarca a fasquia. 
Chega a ser gabarolice quando falo de amigos com um percurso determinado, corajoso, ambicioso. Igual orgulho por outros cujos trajectos podem não impressionar mas que elevam a fasquia no que diz respeito a relações humanas, a bondade, a honestidade, a carácter.
Pessoas que me exigem, sem saber, que eu nivele pela sua bitola a minha atitude perante a vida.
Fixada a fasquia num nível elevado, acontece como que uma exclusão natural de tudo o que não a atinja. Essa exclusão pode demorar algum tempo. Demora o tempo que dura a máscara que esconde a falta de carácter, a falta de personalidade, de transparência, de ambição, de projectos, de objectivos.
Quando cai a máscara, o joio separa-se naturalmente do trigo. A partir daí, tudo o que se passa com o joio é assistido da plateia e devidamente comentado como se de uma peça de teatro se tratasse (que atire a primeira pedra quem não comenta vidas alheias).
Chato é, como disse a CP, que o joio nos junte ao enredo de vez em quando e nos faça protagonistas de grandes filmes.
Essa situação provocou-se um desconforto considerável durante algum tempo - o tempo que duraram as máscaras. Agora, máscaras caídas e falsos moralismos descobertos, é apenas chato. E suscita-me um sentimento triste: pena.
Posto isto, há que redireccionar a atenção para aqueles que verdadeiramente me interessam. Esses, os da fasquia elevada, a cujas vidas não assisto meramente.
Não sou elitista, mas.... vocês (joio) aí, nós (trigo) aqui.
Mudando de assunto, que este já esgotou o limite de caracteres que este blogue lhe permite:
Ontem foi a grande entrevista. Cheira-me que, a acontecer alguma mudança, não vai ser de cidade.

MM

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Enquanto estivermos no camarote não é mau...

...o pior é quando nos chamam à cena sem aviso prévio e nos colocam no centro do enredo do capítulo como a personagem engenhosa e galdéria do filme.

Sinto a necessidade de apresentar a minha visão de camarote (o tal camarote que partilho com MM).
É verdade que este primeiro semestre do ano valeu, pelo nº de capítulos, por vários anos da minha vida. E sinto um certo agradecimento por estar só a ver acontecer porque fazer parte da trama implicaria uma rotação animada e trágica da vida social e amorosa e eu não sou dada a grandes rotações.

Vou compensado esta sensação de mera presença de camarote com a participação especial em episódios meus (que julgo estarem a faltar no filme que assisto, se me for permitido o bitaite), ao nível profissional e alguns momentos, diria, caricatos na temática do amor (ou seja lá como se chama)

Voltando ao filme.
Volta e 3/4 lá somos chamadas, de mansinho, à conversa entre as personagens mas não é nada que eu não justifique como sendo o resultado de uma certa saturação e incómodo destas com as suas próprias tramas (tantas vezes pouco abonatórias para si e portanto nem sempre muito bonitas de serem mais exploradas e partilhadas entre as personagens).

Assisto também, não de camarote mas mais ao nível de back office, ao expectante capítulo da possível mudança de trabalho e cidade de MM. Vamos lá ver se nos vemos levadas a trocar um lugar simpático - o Havana (apesar de, quando em vez, ser apelidado de local de cabeleireiras pelas tais personagens que, diga-se, o frequentam quando assim tem de ser) pelo Lux e Bairro Alto, bem como os saltos altos pelo "téni" (em cada pé).


ceteris paribus





terça-feira, 3 de julho de 2012

Aquele friozinho na barriga.

Não tenho dito nada porque não tenho tido nada para dizer. Ou melhor, haver o que dizer até há, simplesmente não consigo comentar com o mínimo de inteligência tudo o que tenho vindo a assistir. E como é preciso inteligência senhores... primeiro para entender e processar, depois, e não chego lá, para opinar.
Este ano, desde o seu primeirinho minuto, tem sido rico em histórias e enredos que encostam a um cantinho escuro as novelas mexicanas mais rebuscadas.
Mas toda a trama me tem sido alheia (ter um camarote privilegiado não faz de mim nem figurante), do que pode concluir-se que, comigo, não se tem passado puto. Nem bom nem mau. Puto.
Que às vezes até é bom viver numa total pasmaceira, fazer parte de uma linha de montagem, mover-me mecanicamente, enraizar a rotina, mastigar os dias. Mas é só às vezes. Porque bem no fundinho sou uma pessoa que precisa de agitação. E se a agitação não vem ter comigo, há que procurá-la. E não precisei de me esforçar muito para que a procurada "agitação" se transformasse no eufemismo do verdadeiro sentimento que tenho agora: pânico.
Voltando atrás: há coisa de dois meses acendi o rastilho das grandes decisões familiares. Vai daí, qual Salgueiro Maia, decidi revolucionar a minha vida. A ideia está em embrião e ainda não atingiu as 10 semanas. Estou no período legal de interrupção.
Eis o que sucede: Mudar de cidade e de trabalho.
Do Porto, cidade perfeita, para Lisboa, cidade desconhecida. De um trabalho, o primeiro e único, seguro q.b., liberal q.b., para outro sobre o qual ainda nada tenho a dizer porque amanhã é que vou conhecer os contornos mínimos da situação na Entrevista, essa tola.
Ora bem, uma Entrevista de Emprego assusta-me na medida em que nunca fui a nenhuma.
[Ou se calhar estou a mentir. Há uns tempos decidi que devia ganhar mais dinheiro e candidatei-me a uma série de empregos em part-time. Calhei no recrutamento para a NASA, que implicou um longo processo de avaliação curricular, psicológica e cultural. Afinal era para o balcão de informações de um shopping, cargo para o qual não demonstrei aptidão e fui eliminada. Continuei a contar tostões].
Mais do que o que vestir e o que calçar (questões essenciais, não me lixem), já me questionei sobre o que raio vou eu lá fazer?
Isto porque:
Não aceito remuneração abaixo de 4 dígitos;
O regime de subordinação numa profissão liberal pode resultar num estrangulamento da liberdade e autonomia técnicas que tenho agora;
Não aceito contratos a termo certo;
Não gosto que me imponham coisas, como horários fixos e merdas dessas;
Não gosto de ar-condicionado nem de trabalhar em open space.
Basicamente quero um emprego de sonho. E como tenho consciência de que se é disso que se trata não serei eu a feliz contemplada, pergunto: o que raio vou eu lá fazer?
E respondo: gastar um dinheirão em viagens, ficar lixada por não conseguir ficar com o trabalho (que uma coisa é eu não querer, outra bem diferente é dizerem-me que não me querem), perder um dia de trabalho, sentir o nervosismo de uma entrevista de trabalho e, melhor que tudo, deixar a minha colega de trabalho a pensar no que será a sua vida se eu me for embora - sou daquelas pessoas que tem a mania de não ter segredos e então achei que seria injusto não dar uma explicação depois de dizer "amanhã? amanhã não estou, tirei o dia". Contei a verdade e ouvi um "A sério? Mas...Então e...Que bom!" a laivar de ironia, e senti uma dor latejante no lobo frontal (que é onde se localiza o detector de pequenas invejas). E sei que não devia ter dito, sei sim senhor, tal como já sabia antes de o fazer. Em frente.
Quero conseguir este trabalho, quero poder decidir se aceito ou não. Mas tudo o que  implica esta mudança, ainda hipotética, deixa-me em pânico. Ir viver para Lisboa ainda é como o outro, sempre fui um bocado nómada e isso até me entusiasma. O que me deixa em pânico não é a chegada mas sim a partida. Deixar o Porto e tudo o que de bom tenho nesta cidade. Nem quero pensar nisso.
Step by step.

Mutatis Mutandis






quarta-feira, 20 de junho de 2012

Voltar à experiência de um 1º emprego mas a ganhar mais


Passados alguns dias no novo poiso profissional sinto-me capaz de desenhar algumas conclusões inteligentes e extremamente pertinentes.

Antes de qualquer outra coisa devo dizer que estou satisfeita com a mudança, não pelo que experienciei estes dias mas pelo que vivi antes da mudança e o que espero viver daqui para a frente.

Aqui vai.
- A relação profissional é como um casamento, sem a partilha do leito (às vezes!). Pior. É pior que um casamento. É uma relação que começa com toda a esperança e crença no futuro, passa pela fase do companheirismo e hábitos e chega ao ponto da ruptura quando um dos dois encontra uma alternativa melhor. Este processo tem, de todas as formas e mais algumas, implicações financeiras. Dar tempo para ver se a coisa melhora, não dá bons resultados, porque a tal alternativa grita promessas melhores. Sim, e mantenho o discurso típico de uma relação terminada, mais ou menos a bem, de que foi uma óptima experiência e podemos manter a amizade. Mas é um discurso mesmo sentido! 
(devo esclarecer que no meu caso não houve partilha de leito ou intenções sequer de!)

- A incapacidade sentida nos primeiros dias de trabalho é mais forte do que a sentida no nosso 1º emprego. Receamos que as metodologias, discursos e hábitos anteriores não sejam bem encarados ali, então até o título do email queremos que seja revisto por superiores. Irrita um bocado ( a mim e certamente que a eles também).

- As novas caras e até mesmo o novo espaço físico agradam. Estamos todos naquela do “és fixe?! ”.

- Não me sinto num novo casamento mas antes numa fase do tomar um cafezinho, beber um copo, conhecer, apalpar (sem qualquer intenção física) terreno. É uma fase que faz sentido não tivessem os contractos um período legal dito “experimental”. Note-se que para mim nada tem de experimental. É para valer. Voltar à relação anterior está fora de hipótese neste momento (a propósito, diz-se, e bem, que voltar para um ex é como comprar um carro que foi nosso no passado. Vem com os mesmos defeitos mas mais rodado).

- Estranho o comportamento atípico do Outlook e da barra de ferramentas. Não caiem mais de uma dúzia de emails por dia e a triste da barra tem menos de meia dúzia de páginas abertas ao mesmo tempo… estranho.

- A felicidade de receber a caixinha com os cartões de visita não se compara ao que senti aquando da minha primeira caixinha de cartões de visita. A felicidade que senti quando, após ter acabado o curso e ter merecido por isso trabalhar na legalidade, tive direito a cartões de visita com o meu nome..

Et voilá… por agora c`est tout


ceteris paribus

terça-feira, 29 de maio de 2012

Da teoria à prática

O meu percurso profissional tem por base o apoio a quem pretende criar o seu próprio negócio e lhe falta qualquer coisa (ou ideias ou estudos de viabilidade ou dinheiro). (Acho que nunca tinha conseguido descrever a minha actividade de forma tão simples.)

Nas últimas páginas deste capítulo deparo-me com algumas questões novas. A começar pela consciência, por experiência própria, de que a mudança é coisinha para assustar. Tento por tudo motivar potenciais empreendedores, mostrar-lhes que o medo não é amigo do sucesso, guia-los no processo de análise séria do objecto da mudança. Vai que é chegada a hora de eu própria me deparar com uma mudança e o medinho é de facto real e coisinha para mexer com o sistema nervoso. Tivesse eu tempo e ia ver mail a mail, projecto a projecto, rever os meus argumentos e discursos motivadores para ver se aprendia alguma coisinha para uso próprio.

Outra questão com que me deparo é com a acção-efeito de uma carta de despedimento. Crente num mundo rosa, esperava uma reacção pacífica por parte de quem de direito, nada de festas mas pacífica. Ora que o efeito baseia-se, na realidade, num misto de "espero que te arrependas" e " que desilusão, não esperava isto de ti" ou ainda "vou ignorar-te. Pode ser que na área profissional funcione como no amor e venhas a correr atrás de mim pedir-me para voltar".

Por fim, mas não menos fantástico, deparo-me com uma conta de email sem bandeirinhas (aquelas malditas que assinalam assuntos a tratar e que por muito que se eliminem outras nascem multiplicadas por 5 no mesmo momento).

Nos dias que me restam por estas bandas vou colorindo o medinho com imagens bonitas da paisagem que me espera, nos objectivos pessoais que me movem e nos sapatinhos novos que comprei para me dar a forcinha que me falta.

ceteris paribus

sexta-feira, 30 de março de 2012

Quando era piquena, inconsciente e inconsequente, queria muito ser adulta. A visão de mim em modo adulto era a seguinte:
Giríssima (esperança é o meu nome do meio), magra (porque os adultos deixam de comer chocolate à estúpida), confiante, sempre de saltos altos e nunca abaixo de impecavelmente vestida, com um emprego espectacular (a mandar em pelo menos 6 pessoas),  com isenção de horário, com colegas giríssimos, a trabalhar 12 horas por dia e a achar isso pouco, completamente independente, com dinheiro para tudo mas sem ser muito rica, com casa própria e mobília Ikea, carro, com um namorado fabricado especialmente para mim, com uma vida social a chegar ao extenuante, casada aos 30, mais tarde com 3 filhos (O Francisco, o Bernardo e a Beatriz - por esta ordem) e um cão (Labrador ou S.Bernardo, não sou exigente). Uma quinta no Douro, empregada de limpeza e uma viagem por ano.
Isto não era sonho nem objectivo, era o meu percurso normal de vida visto à distância.
Agora sou adulta (apercebi-me disso há relativamente pouco tempo) e eis o que sucede:

O-que-falhou-e isso incomoda-me-de-alguma-forma: Continuo roliça, pago um absurdo de renda por mês, não tenho expectativa de comprar casa, no final do mês ando a contar tostões, cessaram o fabrico de homens decentes, empregada de limpeza é quase o que eu sou e viajar uma vez por ano sim, mas pela Ryanair e ali até Travassós de Cima; papá deu carro porque menina não ter dinheiro guardado nem para os tapetes.


O-que-falhou-e-ainda-bem: O meu círculo social resume-se a meia dúzia de pessoas - quando, por magia, aparecem outras pessoas, dá merda; raramente trabalho 12 horas por dia e muitas vezes duas chegam para me tirar do sério; não mando em 6 pessoas mas tenho uma autonomia que prezo muito; não trabalho com homens giros e ainda bem.

O-que-não-falhou: Tenho mobília Ikea, ando sempre (vá, quase sempre) de saltos altos e, bem ou mal, sou independente; sou mais ou menos confiante e tenho o trabalho que quero desde que me lembro de ser gente (querer ser varredora de ruas e professora da 1.ª classe por umas horas não conta!!) e tenho isenção de horário (entrar quando quiser e sair quando Deus deixar, mas gosto disso).


O-que-ainda-vai-a-tempo-se-bem-que-é-difícil: Casar-me aos 30, ter 3 filhos, um cão e uma Quinta no Douro.

Vida madrasta!...

MM

quinta-feira, 15 de março de 2012

Que aqui a nossa amiga CP postou agressivo, jesus cristinho, que nem consegui acabar de ler.





MM

Nas lutas de galos e galinhas, quem se lixa são os pintinhos

O desgaste profissional está em alta e em sentido crescente de dia para dia. Estou no ponto em que tudo e todos me tira do sério o que me leva a concluir que eu é que estou mal! Não é possível que o Mundo esteja errado e eu é que sou a santa da Iluminada.

Pronto, a solução de mudar de trabalho não vai resultar tão bem quanto seria expectável porque afinal eu tenho várias limitações de inteligência e atitude.

Então resulta o quê? cortar os pulsinhos ou férias são as opções que encontro. (isto porque mandar tudo à merda não é solução que se coadune com o pagamento da renda de casa).

Sendo que as lâminas devem provocar uma insuportável dor  no momento em que cortam a veia e não quero sujar-me toda de sangue (para além de que, com p* da minha sorte, a coisa não funcionava e eu lá  teria de voltar eu ao trabalho amanhã, e ainda por cima com cortes inestéticos nos pulsos) o ideal passará pelas tais férias. Mas isso não é de todo possível neste momento. Lá para o fim de Abril a coisa pode dar-se..se me aguentarem por aqui até lá. Pelo andar da coisa vou ser posta a correr antes mesmo de eu sair pelas minhas próprias pernas.

ceteris paribus

terça-feira, 13 de março de 2012

Uma linha ténue

Existe uma enorme diferença , que nada tem de ténue, entre O Consultor e O Comercial. A principal diferença entre os dois profissionais? O primeiro manda “bitaites”, faz análise crítica e faz acompanhamento pré e pós venda. O outro vende e ponto final na conversa.

Onde está a linha ténue? Está no momento em que eu gosto do que faço e aquele em que odeio e quero ir à minha vida.
Nada contra vendedores de aspiradores ou meo (a quem por vezes chamamos de consultores..erradamente,  segundo a minha visão sobre o mundo). A venda foi antecipada pela tal análise crítica de um consultor e o comercial vai lá e vende. Os papeis ficam claramente separados. Um pensa, tendo em vista a venda, o outro vai lá e actua em conformidade, tendo em vista a venda. E vende-se, pronto!
Noutros casos o consultor e o comercial são um só. A lógica será, neste caso: dentro do escritório pensa-se, na rua vende-se. É possível e igualmente praticável, mas deve entender-se que nenhum dos momentos deve ser menosprezado.
Mas quem sou eu...! Não espero inventar agora a roda e descobrir eu a pólvora. Só que isto parece-me tão simples e intuitivo que se me torce o estômago quando as pessoas não entendem as coisas da mesma forma. Mais ainda quando essa falta de entendimento tem implicações práticas no meu trabalho.

Ceteris Paribus

sexta-feira, 9 de março de 2012

Que as há, há

Tenho tanto respeito pelos que vejo e toco como pelos que não vejo. Confesso que chego a temer mais os que não vejo (e espero continuar a não ver). Estamos a falar no fundo de coisas paranormais e que vão além das minhas vistinhas. Junto neste conjunto de "temores e respeitos" tudo o que possa estar relacionado como advinhas, bruxas, cartomantes e tudo o mais que envolva ver além do que está à vista desarmada e do comum mortal (onde eu me incluo com tanta satisfação).

Vai que no meio disto tudo a curiosidade é coisinha que me leva a meter a pontinha do pé em areias movediças. Desde já esclareço que não me meto em jogos de copos e coisas esquisitas, nem tento chamar quem já cá não está de qualquer outra forma. Agradeço se, de lá de cima, me forem ajudando de alguma forma, mas sem que eu perceba s.f.f..Eu farei o mesmo quando para lá for. 

Ora que a tal da curiosidade me está a levar a consultar uma das tais senhoras que vê além. É verdade que nunca se ouviu dizer que uma dessas senhoras tenha previsto uma doença horrível ou a morte dos que estão mais próximos (se bem que uma antecipou um acidente de carro à minha mãe que, com rezas e coisas - que cumprimos, não vá o diabo tece-las- acabou por não acontecer). Por norma, não vão além da previsão da felicidade e invejas terceiras.

Mas vamos lá ver..dá sempre aquele medinho de se ouvir o que não se quer e andar a panicar à custa do diz-que-disse-que-viu do além.

ceteris paribus

quinta-feira, 1 de março de 2012

Há quem ponha mamas novas.

Abaixo do pescoço só mesmo de rebarbadeira. Não vai lá com comprimidos, nem mezinhas, nem soja.
Então aqui a roliçazinha decidiu dar um pequeno toque ao painel frontal. Branqueamento de dentes.
Se há coisa que eu reparo nas pessoas é nos dentes. De que serve a uma mulher calçar uns Gucci se não tem uns dentinhos asseados? E o mesmo para os homens, que escusam bem de exibir o Rolex quando têm um sorriso parecido com um dia de chuva num cenário de guerra.
Os meus dentes não são a coisa nem mais bonita nem mais forte deste mundo, de modo que sempre fui visita assídua do dentista. Trata cárie, agora desvitaliza, ora faz limpeza, tira chumbo, põe massa, por aí fora.
Saúde eles têm, agora vamos tratar de lhes dar uma luz nova, que isto de anos de consumo de café e tabaco deu uma tonalidade desmaiada aos ditos.
Fui ao dentista há cerca de um mês, umas horas depois de um bocado de dente se ter evadido. Lá se conseguiu ultrapassar a perda, mas entendi aquilo como uma chamada de atenção. Decidi então dar-lhes um miminho e agendar para hoje (já é hoje!!!) um tratamento a laser seguido de todo um processo caseiro.
A ver se a coisa vale os três dígitos.

Mutatis Mutandis

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Há dias lixados na vida de uma gaja. Mas há outros felizes.
Ontem acordei decidida a fazer do dia um acontecimento. Logo para despertar, encontrei os Srs. do Metro. Como é tão raro isso acontecer, decidiram certificar-se de que eu não me iria esquecer tão depressa do nosso encontro. € 115,00 depois, sinto-me muito mais próxima dos Senhores. Obrigada Metro, por fazeres de mim uma cidadã consciente de que jamais posso confiar que, estando as p**** das máquinas todas avariadas, posso seguir viagem tranquilamente porque tenho uma justificação óbvia para não ter bilhete.
De modos que a situação me fez reanalisar o meu orçamento. E o cenário do fim do próximo mês era qualquer coisa como o quadro do menino da lágrima.
Vai daí, divina providência.
O chefe convocou-nos (a nós, proletariado) para uma reunião. Nos 20 minutinhos entre a convocatória e a reunião, imaginei-me no Dubai a plantar cebolo, na apanha do morango nas Fiji e, num rasgo de lucidez prática, na Rua de Santa Catarina a vender tremoços. Porque uma reunião assim convocada podia significar muita coisa mas para mim era óbvio o despedimento em massa.
Afinal não, vai de aumentar vencimentos. "Por reconhecido mérito, pelo excelente trabalho, pelo empenho, pela dedicação", que foi o mesmo que dizer "nós damos a cara pelo escritório, mas sabemos que vocês dão o ...".
Ainda não sei quanto é que a menção honrosa vale em euros (que a gente fez de conta que isso não tem assim tanta importância, que o reconhecimento do nosso valor é que é fixe), mas o conceito de aumento agrada-me à partida. E vem mesmo a calhar. Mas que nem ginjas ao pôr do sol.

Mutatis Mutandis

Sentimento de perda

É justo um sentimento ligeiro de tristeza e dor quando algo nos é tirado, com ou sem consentimento e conhecimento prévio. Magoa perceber que o que é nosso hoje e de toda uma vida, amanhã deixa de o ser. E quando ainda pagamos para que tal se consuma o sentimento de revolta une-se à mágoa e à certeza da dor que por aí vem.
Assim será.
RIP dentes do siso (sim, no plural! porque sou das duras!)

ceteris paribus

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Um mundo novo

Há muito que me falam em acompanhar blogs diariamente como se de jornais se tratassem. Há muito que me apercebo que o que se passa nos blogs não é comentado fora deles, ao contrário do que acontece com os jornais (o que confere algo de mítico e misterioso à coisa).

Ora que ponho um pezinho na blogosfera, atraída pela Pipoca mais doce, e vai dali dou uma olhadela esporádica no blog do marido e da amiga Cocó. Começo então a perceber que existe todo um círculo de blogs em volta destes. Julgo ter lido algures que isto até tem um nome mas em suma são críticas traduzidas em blogues sobre blogues por outros bloguers.Ufa! Daqui sou levada a blogues dos que se afirmam a favor dos primeiros e contra os segundos. Xiça  Isto é um Mundo. E Cruel, tanto quanto consegui perceber.

Lamento ter chegado e já esta vida ter girado o Mundo e se ter traduzido em profissão para muitos, mas aqui vou eu, de mansinho, ver o que se passa, sem ofender os princípios e boas condutas de terceiros.

Mas não era exactamente para alarvar no anonimato que este mundo nasceu??  Porra (sim porque num blogue dizia-se que uma mulher n se pode pretender ser uma lady se escreve asneiras com todas as letras) queria tanto, mas tanto, alarvar.

ceteris paribus

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Love is in the air com mais calma

É de mim ou este ano não se anda a abusar muito muito muito dos corações, montras manhosas e publicidade constante a coisas a dois?

Será que este é um dos efeitos positivos da crise e poderá estar na base desta alteração quase drástica do comportamento do tecido empresarial ? Menos dinheiro para montras pirosas e enfeite generalizado em forma de coração e vermelhos. Se assim for, é coerente e agradecemos que a moda pegue, mesmo no pós crise.

Só era mesmo mesmo perfeito mais um arranjito na coisa.. acabarem-se os jantares das mulheres encalhadas em restaurantes claramente focados para o amor (as duas em conjunto ou cada uma separadamente). É tão mau quanto montras avermelhadas e com jogos de lingerie rendada (e avermelhada ou preta, ou nos dois tons... em alternativa, tigreeesa).


Há outras soluções, a título de exemplo temos os jantares mistos, que acabam por ter uma outra conotação que não a "estou supostamente feliz com a minha condição de solteira encalhada- e provavelmente magoada com o último anormal a quem cai no colo- que só me satisfaz estar com pessoas exactamente na mesma condição que eu. Aproveito e coloco fotos em tempo real no facebook para mostrar ao anormal, e à vaca que mo` roubou, que estou muito mais animada do que eles estarão, estou bem mais gira que ela e a gastar bem menos dinheiro"

Isto é mais triste ainda que uma montra avermelhada. E suspeito que não leve aos efeitos pretendidos (tal como a tal montra).

ceteris paribus

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Gostas de mim? Sim ou Não

E eis que uma temática nos tem ocupado várias horas de conversa. A Amizade.


Neste tópico há tudo de bom e mau a dizer-se. Antes de mais, percebemos que a temática é extremamente abrangente porque desde logo o próprio conceito de Amizade é extremamente lato.


Não se pode dizer tão simplesmente, como na escola primária, que a fulano e beltrano são amigos ou não são amigos. Podem ser mais ou menos, podem ser de vez em quando, podem ser quando dá jeito ou pode dizer-se que um acha que sim mas o outro não concorda ou simplesmente desconhece.
Todos já nos incluimos ou fomos incluidos nos vários Estados:

-Temos a Amizade Nocturna, que une pessoas e álcool, e logo há ali em comum "pessoas" o que preenche o necessário de uma amizade (e que tal como as discotecas, passam de moda, e o que hoje é "tudo de bom" amanhã é substituído por outro "tudo de bom");

-Temos a Amizade Solidária, de pequenos ajuntamentos de pessoas com sentimentos à flor da pele em comum (amor pelo benfica ou a desilusão amorosa);

- Temos a Amizade Oportunista que une interesses maiores e também ela tão temporária quanto os interesses;

- Temos a Amizade Colorida que acaba por ser também ela temporária e que se resume a sexo;

- Temos a Amizade.


Para que o Mundo gire em conformidade é importante que cada um saiba exactamente o lugar que ocupa e não o que gostaria de ocupar ou o que lhe dizem que ocupa.



ceteris paribus