quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

2013

Já passou? Já está? De certeza que não me estão a endrominar? Bonito.
Ora, tirando um ou outro aspecto, 2013 foi igual a 2012, que foi igual a 2011, que foi igual a 2010. E 2010 foi há dois dias, não percebo como me podem dizer que estamos a escassos dias de 2014.
Em 2013 tive as mesmas chatices que tenho há três anos. O que é bom, quer dizer que não se acrescentaram outras. Saudinha, trabalhinho, dinheirinho para a renda e para a côdea, pessoas de bem com a vida à minha volta (mesmo que gostemos todos de carpir um bocadinho).
De estranho, só mesmo a estreia do colete amarelo. Fui alvo do entretenimento de 2 ou 3 jovens que, num Domingo à noite, entediados com a vida, decidiram ir para a autoestrada atirar pedras para cima dos carros. O meu vidro partido e o meu grande susto devem ter valido 500 pontos. A senhora do carro que vinha atrás de mim, também atingido, estava grávida, por isso deve ter valido 1000 pontos.
Também gostei muito, duas semanas depois daquele episódio, de ter accionado a assistência em viagem depois de o meu carro ter desfalecido à entrada de um parque de estacionamento de um hotel. Vá lá que foi num hotel de 4 estrelas. Tudo com o simples intuito de andar de reboque, um sonho de criança. 
Duas coimas (que me lembre e que eu saiba) por estacionamento exemplar - em 358 dias de infracções não está nada mal. 
Tentei inscrever-me num curso de costura. Mas a entrevista (aquilo não foi um simples telefonema, foi uma entrevista) não correu bem. Quem não conhece a revista burda não merece andar neste mundo. Está bem que vou à costureira para me pregar um botão (sob o falso pretexto de não ter linha daquela cor em casa), mas todos nós, um dia, tivemos que aprender o alfabeto e a contar até 10. Mas pelos vistos, para frequentar um curso de INICIAÇÃO à costura, pago a preço de ouro, é preciso ter no currículo pelo menos duas colecções de Inverno e uma de Verão nas passerelles de Paris..
Tive um final feliz num percurso de uma década e um aumento prometido (não sei de quanto mas há-de ter início em 2014. Se um dos primeiros posts do ano for sobre esta temática, é porque alguma coisa correu muito mal).
Para 2014 pedia só que não me chateassem muito. Desisti das cuecas vermelhas, cor-de-rosa ou douradas no 1.º dia do ano. Este ano hei-de vestir as cuecas mais velhas que lá tiver. Também não faço questão de comprar roupa nova para a passagem-de-ano. E as passas, eu odeio passas, que se lixem as passas.
Objectivos para o próximo ano: Ter mais juízo. Começar uma pós-graduação ou um mestrado, onde me aceitarem primeiro mas nunca antes de me inscrever num curso de costura (para avançados, agora que já sei o nome da bíblia das agulhas). Beber menos. Ou pelo menos tentar não beber tudo na mesma noite, está visto que o mundo não acaba assim tão facilmente. Mais trabalho. Do escravo não, do outro, pago com alguma justiça. Os mesmos amigos, com a mesma saúde mas cada vez mais estupidamente bem na vida. Casamentos. Não o meu, seria apressado tendo em conta o estado actual da situação, mas de outros (que me convidem, é claro, porque casamentos de amigos-de-uma-vida que não me convidam também já tive em 2013 e foi experiência tão boa que gostava que continuasse única). Comer menos. Bem menos. Comprar um GPS para conseguir chegar às entranhas do país por estradas nacionais. Fazer uma mais cuidada análise da informação que me chega aos ouvidos. Já tenho idadezinha para perceber que nem tudo o que me contam aconteceu tal e qual assim ou, sequer, que aconteceu. Plantar uma árvore. Escrever um livro. O filho fica para depois.

MM

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Jantares de Natal

A par dos dióspiros, os jantares de Natal são o fruto da época. Uma farturinha, é vê-los cair das árvores. Do dia 4 ao dia 23 de Dezembro é uma só pândega. 
Jantar de Natal do curso de pós-graduação e/ou Mestrado e/ou Doutoramento, Jantar de Natal da associação de pais da C+S de Cuba do Alentejo, Jantar de Natal da associação sócio-cultural e recreativa da junta de freguesia de Ameixa de Cima, Jantar de Natal do grupinho da hidroginástica, Jantar de Natal da turma de 1995, Jantar de Natal do Curso de 2004, Jantar de Natal da Liga dos amigos dos patos amarelos com riscas verdes, Jantar de Natal com os primos, que no dia 25 não dá para avacalhar, Jantar de Natal do escritório "A", Jantar de Natal dos escritórios "A" + "B"com convidados do escritório "C" que pertenceram ao escritório "A" e odeiam o "B".
No dia 25:
- É normal que não haja dinheiro (não foram as prendas para a família, foram mesmo os € 20 por pessoa em cada jantar de Natal + os € 5 para cada gato-mealheiro de barro que se comprou para a troca de prendas);
- As cordas vocais precisam de uma afinaçãozinha de mel e limão, tanta foi a faladura;
- Há que pedir perdão às divindades por tanta poesia que se disse acerca das vidas alheias;
- Seremos expulsos da missa do galo, por falta de espaço para nós e para os nossos pecados;
- O estômago já não está muito receptivo a rabanadas e ao tronco de Natal, depois da cozinha massificada e do "vinho da casa" dos restaurantes que nos fazem o especial preço de € 20,00 por pessoa, mas sem o saudoso "à discrição";
- Passamos a olhar de lado aquele colega de trabalho que bebeu demasiado "vinho da casa" e decidiu revelar a sua paixão que podia bem permanecer secreta.
Pessoalmente, não sou de Jantares de Natal. Porque não ando na hidroginástica, porque não gosto de pagar quotas e como tal não pertenço a nenhuma associação, porque não ando a tirar Mestrados ou outras cenas, porque me tenho esforçado muito para que a turma de 1995 se esqueça da minha existência e porque as pessoas, no seu geral, detestam-me e como tal não me convidam para Jantares de Natal.
Mas há um do qual não me escapo: o Jantar de Natal do escritório. Esse grande evento. Desde que comecei a trabalhar (e já lá vão uns valentes 5 anos) só falhei um ou dois. Foram sempre muito bons, mas nada bate o deste ano.
Comida (um ligeiro aparte, que o que interessa nestes Jantares é tudo menos a comida): tinham comprado dois pacotes de natas do Lidl a cada um e estava resolvido. Ainda não percebi o fetiche daquela gente com natas, sempre que nos reunimos à mesa levo com natas desde a sopa até à sobremesa.
Se estive dois minutos sem estar a cortar na casaca ou a ouvir falar mal de alguém? Estive. Demorei 3 minutos na casa-de-banho. 
Saí de lá até meio atordoada com tanta informação. Todos somos potenciais alvos das grandes opiniões dos outros, mas este ano duvido que alguma alma tenha saído invicta.
Uma colega saiu de lá com a certeza de que a chefia lhe anda a tramar alguma e que algumas pessoas, generosamente, estiveram somente a dar-lhe sinais de aviso.
Eu apareci lá com 3 kg a menos em relação ao ano passado e fui tratada como se tivesse emagrecido 49 kg e ainda me faltassem 28 para estar benzinho. Algumas moças devem saber exactamente quantos fios de cabelo tenho, de tanto que olharam para mim a noite toda. 
Conheci algumas das mais recentes contratações do estaminé, das quais me foram relatados os principais feitos, e recebi o relatório detalhado da vida de outras. Ouvi as opiniões concertadas da grupo "A" sobre o grupo "C", emiti as minhas sobre cada um deles a cada um deles, levei com uma recém-divorciada que está agora a viver a sua adolescência e acabei a noite numa fila de 25 metros para entrar numa discoteca às 4h30 da manhã (meia volta, marche).
Ainda bem que o Natal não é quando o Homem quer. Uma vez por ano está bem. 

MM







segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

rabo pequeno demais para o valente xuto!

a questão é tão somente: ponho-me já em posição de tombo ou espero pelo valente xuto no rabo.

Estou certamente a passar por uma qualquer crise do inicio da vida adulta, que deve estar documentada nos manuais mais conceituados da psicologia, que se caracteriza pela insatisfação generalizada. Estou fartinha, é o que é. Diria a minha avó, se soubesse, que me queixo de barriga cheia. E é, na verdade, mais ou menos isso.

Já não me lembro do que é "borbuletas no estomago" e o modo "nha nha nha" ao ouvido é coisa que me anda a meter fastio. Estou um verdadeiro iceberg no que toca a "actividades fisicas", se é que me entendem. Não tenho pachorra nem esperança, no que toca à temática trabalho e, em particular, no que diz respeito à busca por pessoas inteligentes, uma hierarquia justificada e remunerada em consonância, muito menos no que toca nos 4 digitos que eu acho que me deviam ser depositados todos os meses na minha conta.

Mas este espaço dedica-se com mais fervor ao tema "gajos". Então, e para sumarizar, não sei para que lado me vire. Não estou bem como estou mas também não sei o que quero verdadeiramente. Só sei que a boa conduta diz que devemos ser sinceros com o par. E quero se-lo mas vou certamente arrepernder-me amargamente depois, quando bater forte com os costelos no chão, tamanha vai ser a dignidade com que ele seguirá a sua vidinha.

Por outro lado, fantasmas do passado ainda me tiram de casa às 4h da manhã, só porque precisam do meu colo. (colo este causado pelo xuto que levou do seu respectivo par, problemas no trabalho e toda a insatisfação que também vive).

E pronto, o mais sensato é fechar o tasco neste tema e esperar que bons ventos me tragam a merda das borbuletas e a fraqueza de pernas que nos faz subir paredes. Assim, sem rodeios, é isto.

ceteris paribus