terça-feira, 30 de outubro de 2012

A lista

Do que eu gosto mesmo é de pessoas pobres e mal agradecidas. A pobreza de espírito aliada à ingratidão é uma combinação que não resiste à minha "lista de seres apenas humanos".
Como explicar? É como as pessoas que temos adicionadas no Facebook. Umas estão nos "amigos chegados", outras nos "amigos", outras nos "conhecidos" e outras nos "sei que existes" (que são as que não vêm puto da nossa página).
A "lista de seres apenas humanos" equipara-se ao grupo dos que existem. Equipara-se mas não é bem a mesma coisa. Enquanto que naquele grupo do FB incluo as pessoas que passaram de bestiais a bestas e aquelas que sem serem bestas nunca foram bestiais, a "lista dos seres apenas humanos" está reservada a bestas, as que se revelaram com o tempo e as que nunca esconderam essa sua qualidade.
Basicamente, a "lista de seres apenas humanos" é composta por seres a quem atribuo apenas essa qualidade, a de seres humanos. Devo-lhes o respeito que a condição humana impõe, nada mais. Do que gostava mesmo era de as transportar para o plano das coisas e de tratá-as como tal. Mas diz que não se pode.
Pessoas por quem até já se fez alguma coisa, pessoas por quem até se tinha grande consideração, pessoas por quem já se fizeram alguns esforços, pessoas por quem já abdicámos de convicções para lhes aceitar comportamentos, virem  levantar o estandarte da ingratidão à minha frente? Ou pior, por interpostas "frentes"? Pá, insanável. Vais para a lista.

MM

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Um bom dia e um copo de água não se nega a ninguém

O que me vai mantendo crente é que, na classe das gentes que ganham um salário de 5 dígitos, tem dias que lido com a p*ta da mania instalada, tem outros em que reconheço a existência de valores e princípios básicos, como o dizer "Bom dia", Obrigada" e "Por favor".

Não vejo motivos para a ausência destes termos básicos no relacionamento entre as pessoinhas .. ainda que nesse relacionamento não se reconheça nenhuma outra característica bonita ou fofinha, o ser-se bem educado tem de ser pressuposto.

Eu não acho imprescindível a beijocada toda pela manhã e pelo fim do dia no escritório (dispenso!!), os bons dias personalizados, as menções honrosas porque o tipo apanhou uma caneta que o vizinho deixou cair ou tratar a avó,pais e irmãos por "vocemecê".. mas como alguém me ensinou "um bom dia e um copo de água não se nega a ninguém".
 
Ontem foi o dia da PDM se passear na minha frente. Hoje foi o dia dos que, com igual impacto sobre mim ou o meu trabalho, mostram não se terem esquecido dos ensinamentos da maezinha, dados no tempo em que ganhavam a semanada ou precisavam da mãe para lhes limpar o rabinho.

E quando eu me juntar a estas gentes (os tais dos 5dígitos) vou eu própria educar os que ganharem de 5 para baixo (os de 6 para cima não chegarei a conhecer, certamente). Até lá educarei os meus filhos e os da minha geração. O Estado, um dia, perceberá que me deve pagar um subsídio para me dedicar à procriação e reciclagem da espécie.

ceteris paribus


terça-feira, 23 de outubro de 2012

O regresso do zombie ao campo de concentração

não é bem este o filme mas o sentimento de medo e brincadeirinha parva sem piada são os mesmos.

Eis que o dito cujo regressa ao facebook. Contra a minha crença e conhecimentos faceboquianos, ele regressa com a página intacta, tal como a deixou. Isso inclui-me portanto como "amiga". E é isto. Sem convite da parte dele nem aceitação da minha parte, eu estou incluida na sua vida como espectadora. Num rasgo de actualizações que dali se seguiu, eu voltei a sentir o coraçaozito apertado a cada post, alteração de foto, likes e comentários. Enfim, o que seria a vida de uma gaja sem estes abanos?...

Ele não teve de decidir se me queira ou não incluir. Eu decidi não me auto excluir. Dois argumentos que me expõem a uma série de riscos e ataques cardíacos.

Desabafos adolescentes à parte, voltemos ao Outlook, que esse sim me adora, não vive sem mim e corre atrás se me tento afastar (e permite-me ganhar uns trocos para comprar sapatos e ir a Londres com a MM).

ceteris paribus

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Estranho e não entranho #1

... pessoas que enviam email e de seguida se levantam para confrontar o destinatário, repetindo o conteúdo da msg e esperando resposta in time.

É de mim ou isso retira a vantagem que a internet nos dá? posso mandar email e perder 1/10 do tempo do que perderia se tivesse de conversar com o destinatário. Ora mandar email e depois conversar com o destinatário é capaz de ter o efeito contrário ao pretendido.. digo eu!

Por ser tão estúpido, tento perceber o objectivo (que deve ter...tem de ter...para não ser mesmo só estúpido):
- o remetente não tem outro assunto e este parece ser o motivo perfeito para trocar impressões pessoalmente com o destinatário (faz sentido quando um e outro são de sexos distintos)
- o remetente não tem puto para fazer 
- o remetente ... (não há outro motivo.. e é só estúpido...)

ps: deixa de ser só estúpido e passa a irritante quando o remetente aparece nas costas do destinatário e fica a olhar para o seu monitor enquanto declama "não sei se viste o meu email..então é assim: bla bla bla bla"
ps2: obviamente que um email é desde logo catalogado com "urgente", "depois respondo", "quando me apetecer respondo", "não vou responder mas vou por bandeirinha para não me esquecer o quão chato és"... Já um confronto pessoal me leva, sobre qualquer que seja o assunto, a assinalar (e dizer) "sim depois vejo isso" (que é como quem diz "desaparece de trás de mim já!"). Serei mais solicita se a pessoa se posicionar à minha frente...mas não muito mais)

ceteris paribus


terça-feira, 9 de outubro de 2012

Hoje deve ser o dia da atrasadice mental e decidiram convidar-me para a festa. Sou a presidente do júri, incumbida de entregar o troféu ao maior imbecil do dia.
Desfilaram vagarosamente, exibindo tanto a sua estupidez natural como aquela que guardaram especialmente para me impressionar neste dia de festa.
A cada meia hora aparecia um, ávido pela distinção, em luta sofrida pelo título de o maior imbecil.
As pessoas que me apareceram hoje à frente, avaliadas por um psiquiatra (ou por quem não as aturou), estão stressadas, por isso implicantes, irritativas, sensíveis e com ataques nervosos de perfeccionismo. Detecta-se até um distúrbio obsessivo-compulsivo em alguns indivíduos. Mas na verdade escondem uma depressão profunda, tendências psicóticas e insinuações neuróticas, estão descrentes em si e no mundo, é o que a crise faz, pois então, toma lá um xanax e meio prozac só para início de conversa.
As mesmas pessoas, avaliadas por mim: filhas da P*** de frustrados, não devem ter sexo há décadas, andam a reprimir complexos de inferioridade, a recalcar experiências traumáticas, autómatos mal amanhados. Façam uma manif. pela libertação das ostras das lezírias do Tejo (se não existem não se percebe porquê, por isso manifestem-se na mesma),  andem nus no trabalho, descomprimam, bebam cerveja em canecas de litro, gritem com força, batam com o mindinho numa esquina para desviar a atenção das convulsões interiores.
E depois sim, podemos conversar.

MM


terça-feira, 2 de outubro de 2012

Next Stop


 

Questões práticas que se (me) impõem:
(A CP está ocupada com projectos megalómanos)

 Câmbio (raisparta a Isabelinha que não alinhou no Euro)
Encaixar as minhas necessidades numa mala de cabine (oh, un déjà vu)
Assegurar estadia a menos de 20 Km  (perdão, milhas) do centro do acontecimento.


 
MM


 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Faro maldito

Ocorre-me mandar umas postas sobre aquela capacidade humana exclusivamente reservada às tristes das mulheres. O Faro.. 


Vou apenas dedicar-me à parte do "exclusivo" e "triste" da coisa porque o resto é do conhecimento geral e evidência óbvia. 

Sentir ao longe que o outro não está a dizer a verdade ou esconde uma asneira feita, ou projecto futuro, é coisa de gaja. Ela rapidamente sente que ali há gato (gata, por norma). Isto não tem nada de divino e sobrenatural. Somos sim fêmeas ferozes com aquilo que nos pertence e portanto estamos atentas aos mais ínfimos sinais (aquela forma estranha de escrever sms, aquele mudar de tom de voz, aquele virar de olhos enquanto mente descaradamente, aquele rol de justificações quando ninguém perguntou nada, a cama feita como que por milagre, os horários, o telemóvel que deixa de ter som, etc...). Nós olhamos para o detalhe. Eles não percebem que mudamos o tom do cabelo de castanho para castanho escuro com reflexos caju... como podemos nós esperar que eles percebam os tais "sinais"...? Não percebem, não reparam, não visualizam diferenças do "antes de ser corno" para o "depois de ser corno". Não são as mulheres mais discretas ou mais capazes.. eles é que são mais cegos.

Enfim, é exclusivo. E triste. Triste porque na ausência do faro minimizavam-se os momentos de agonia, de perseguição e investigação exaustiva.

Engraçado é apanha-los depois na tentativa esforçada de ver alcançados os seus (bons) objectivos de nos surpreenderem sem serem detectados pelo Faro. Se calhar, por saberem que os espera a inquisição e torturas mortais, se apanhados pelo Faro, eles preferem nem pensar em nos surpreenderem, e portanto mudarem um centímetro do que é o dia-a-dia da relação. Não vá o diabo tece-las, antes a rotina pacífica que a surpresa potencialmente mortal.

ceteris paribus