quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Que as há, há


Hoje é daqueles dias em que fumo um cigarro e me sento ..para dali a 5 minutos me perguntar se já passou um período considerado suficiente para voltar a fumar. A isto eu chamo de "feeling". Hoje estou com o feeling que algo bom vai acontecer. Estou, além do mais, nervosa. Nervosa com o feeling. Mas o que quer que seja, que seja de facto bom (já me contento com o não ser mau!) porque é merecido.
Nos últimos dias, e talvez por ter ficado sugestionada com o uma "vidente" me "diagnosticou" ("invejamentos" chamou-lhe ela), tenho estado esquisita.. sem forcinhas e no modo "vão todos para a grandessíssima P* que vos pariu, não me f* a cabeça. Sou uma desgraçadinha sem futuro" (sim com palavreado forte para se perceber a dimensão do sentimento). Por algum motivo em especial? não, nada mesmo. Só porque sim.. assim uma espécie de neura que alterou não só o meu estado de espírito como me esteve a afectar o corpinho. Juro que me senti sem forcinhas. Que merda estranha.., xô diabo!
Grandes vacas (sim, só podem ser mulheres), enquanto eu não tiver um quarto de vestir não tenho uma vida digna de ser invejada. Que não me desejem bem ou achem que não mereço o que tenho, ok. Mas não me venham lixar com "invejamentos" e maus olhados. Dêem-me antes uma chapada ou chamem-me nomes feios face-to-face.
Adiante... (que nem gosto de reflectir muito sobres estas coisas do mítico e tal)
Vou fumar um cigarro.
ceteris paribus

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

RIP ou seja lá o que for

Estes dias fui surpreendida com uma atitude extremista. Não me refiro a TSU e perda de subsídios (que já  não se pode ouvir disto e a minha opinião é pouco consensual) mas sim ao facto de alguém por fim à sua página pessoal de facebook. Depois de micro segundos a tentar perceber o que se tinha passado, depois de minutos passados a pensar na razão da atitude e algumas horas a reflectir "e agora como é que me vou manter actualizada sobre os seus passos (e mulheres)"- sim estou a falar de uma página de um dito cujo que me aperta os canais mais estreitos do coraçãozito- imaginei-me a ter uma atitude daquelas com a minha página/vida. 

Coloco-me no grupo dos utilizadores activos (tem dias até obsessivos) e não no grupo dos olheiros. Ali eu exponho (com o controlo sobre quem vê, quem vê pouco ou quem não coisa nenhuma) a minha vida e o que me vai na alminha. Uso ainda para passar alguns bons minutos de distracção com piadolas e frases profundas e certamente uso mais o chat que o saldo do meu telemóvel. Mantenho-me em contacto com outros utilizadores do mesmo "grupo", ao longo do dia. Chega a haver cumplicidade e compreensão que nenhum outro meio de comunicação garante. Se não me responderem a uma sms ou email nos dois minutos seguintes fico louca. Se me responderem, no chat, duas horas depois, aceito com naturalidade.

Fotos. Não crio álbuns com todos os detalhes do evento mas escolho O(s) momento(s). 

Cusquices. Ali sabemos em tempo real um pouco de tudo. Política, programas televisivos, tendências, questões de foro profissional, a vida dos que nos são mais próximos e dos que nos são mais ou menos próximos bem como dos que nunca, noutro meio, teríamos interesse ou a lata em perguntar/dizer "o que fazes? correu bem o dia? estás f*do porque? Vais casar? mudaste de emprego? felicidades! Boa sorte! força nisso! vamos beber um copo? vais a que festa? saíste com ele??".

Perder tudo isto... ver que alguém perdeu tudo isto (e eu perdi um outro tanto de coisas, boas e más, consequentemente) dá em mim assim um sentimento de perda... como se fosse o fim da pessoa.. 

É estúpido e passa mas... vestisse eu preto e acho que transmitia por essa via um certo luto.

Tema para outro post será quando novamente for criada uma página pessoal (sim, eu estou em crer que assim será) e moi même não receber a indicação de que a pessoa pretende ver-me adicionada novamente.. (ou seja não me quer ver ou saber ou dar a saber puto) mas isso são outros quinhentos. Se amanhã já me for igualzinho ao litro não há post algum e pronto, todos felizes como antes.

ceteris paribus

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Ora porra, logo hoje.

Se o Porto é uma aldeia, toda a gente se encontra inesperadamente, o quê que se pode esperar de uma cidade com menos de 50 000 habitantes? Mais, o quê que se pode esperar quando essa pequena população sai à noite e tem três ou quatro opções de escolha para dançar? As probabilidades de as pessoas se reencontrarem inusitadamente variam entre a sorte e o azar.
Tive sorte durante muito tempo. No sábado, os astros alinharam-se e eis que tive que respirar o mesmo ar que o meu querido ex-namorado.
Estava eu com a minha pita calçuda (nome encriptado que, a par do "roupa-na-corda" e do "carbitex", fazia parte da nossa gíria) num bar, a beber uma coca-cola (que é coisa que acontece uma num bilião de vezes) e a decidir ir para outro sítio porque aquele estava quase às moscas, quando (falávamos nós precisamente de encontros imediatos), se avistam uns seres que nos fizeram adivinhar a diversão que ia ser aquela noite. Os amigos do dito, a aparecerem de emboscada.
Deslocámo-nos um pouco para evitar o choque frontal e em cadeia.
Durante uns minutos tive esperança que o moço tivesse tido uma indisposição incapacitante, que tivesse emigrado para a Etiópia, que tivesse sido levado por uma nave espacial - as únicas razões que o levariam a não estar ali, com o seu grupo de amigos inseparáveis (já me ocorreu que agora vivam todos na mesma casa, de tanto que dependem uns dos outros para viver).
Mas não, ele também apareceu. Bastou focá-lo e começou a sequência: coração a querer desertar, visão turva, perninhas a tremer. Quando recuperei 2% de capacidade de raciocínio, pensei: fo**-**, logo hoje que nem era para sair, logo hoje que estou quase como quem vai ali à mercearia comprar arroz. Olhei para mim, um vestidito, umas sandalitas de 7 cm em salto cunha, unhas por pintar, maquilhagem zerinho (apenas o risco desvanecido nos olhos, sem o qual estaria nua). Que desgraça.
Mas não podia perder a oportunidade de actualizar informação acerca daquelas pessoas. Decidimos ficar (até porque ir imediatamente embora significava ter que passar por eles, mais tarde sempre o espaço estaria mais preenchido).
O dito não é apenas um ex-namorado. É O ex-namorado. O meu primeiro amor (único verdadeiro, até ver). O carinho que tenho por ele mistura-se com uma grande dose de sentimentos pouco recomendáveis.
Diz a pita calçuda que ele "continua um pedaço de homem". Tenho que reconhecer que me faria melhor ao ego vê-lo com mais 20 kg, velho e acabado. Ainda assim, não tive que puxar muito por mim para lhe apontar um defeito irrebatível: a altura. É baixo, o miúdo, se continuasse com ele ia andar de rasos o resto da vida, e daí a calçado ortopédico era um saltinho. Mas é ele.
Ao seu lado envergava-se a respectiva. Loira de olhos claros, que cliché sem jeito. À primeira vista, é gira; à segunda, assim visto o conjunto, nem vou dizer o que nos pareceu. Qualquer namorada que ele tenha nunca me vai conquistar a simpatia, parece óbvio. Mas esta não é apenas uma namorada das 1500 que ele já teve. É nem mais nem menos do que a p*** por quem ele me trocou.
Sempre disse que, a trocarem-me, que seja por uma mulher estupidamente bonita, podre de boa, a doer de tão inteligente. Por alguém contra quem não seja possível competir. Assim pronto, percebo a mensagem, engulo em seco e sigo.
Mas não, arranjam uns troços (comparado com aquilo que se espera, são uns troços). Por isso é que uma gaja deprime: se ele me trocou por aquela (aquela, porra!!), é porque eu sou muito pior!! E chora-se por isso, muitas vezes só por isso. Imaginamos os encantos que ela terá, vasculhamos o Facebook dela 5 vezes por dia, o dele 15, o dos amigos, para ver quem comenta, se há fotos, se há alguma coisa que nos elucide.
Não tenho nada contra esta moça, mas gostava muito de a encontrar numa rua escura, numa noite chuvosa e fria. Nunca falei com ela, não lhe conhecia a tromba enquanto namorava com o dito, mas o simples conhecimento da sua existência irritava-me profundamente (e o sexto-sentido é mito, querem ver?).
Precisei de embutir álcool no pêlo para aguentar a situação (sou uma pessoa calejada nestas coisas, mas com coca-cola...). A certa altura olhámos um para o outro ao mesmo tempo (dizer que cruzámos o olhar seria de um romantismo que não cabe aqui) e eu desviei e olhei indiferente para o infinito. Só por isso valeu a pena. 5 pontos para mim.
No mais, fica a lição: uma gaja nunca pode andar abaixo de IMPECÁVEL. Nunca se sabe quem podemos encontrar, por isso 12 cm de saltos, unhas arranjadas, cabelo lindo e sedoso e uma ligeira maquilhagem, sempre conferem aquela segurança.
Também nos lembrámos de ter uma espécie de "kit-encontros-imediatos" no carro (se eu tivesse, não consigo assegurar que não me fosse socorrer dele).
Ainda assim, até correu bem. Pita calçuda (que conhece como ninguém a minha história com o dito), confere que passámos na prova com distinção.

MM