quinta-feira, 29 de maio de 2014

Ao quinto mês do ano de dois mil e catorze:

Com algum anacronismo:

- Resolvi parte do meu problema de prisão de ventre. Agora cago com assinalável facilidade para muita coisa.
- Fui expulsa do Harém.
- Tenho 13 pequenos seres a habitar na minha igualmente pequena zona mamária.
- Sou uma vingativa de trazer por casa.
- Detective de primeira viagem em causa própria.
- Mas então havia outra ou não havia?
- Tivesse eu tempo para descobrir as outras 5.
- Diagnostiquei finalmente a minha principal doença: procrastinação.
- Padeço de crise de identidade quando durmo menos de 5 horas;
- Sou uma acumuladora compulsiva. De multas de estacionamento.

MM


terça-feira, 20 de maio de 2014

fast food, sexualmente falando

breve nota prévia e que nada está relacionada com o que pretendo que seja o post: MM, "namerda" é um estado quase tão volátil quanto "Numa relação com". E isso é o que nos vale.

Ora e falando de "comida".

No outro dia apetecia-me algo que nada exigisse de mim, em qualquer momento da "cena". Nem no antes, nem no durante e muito menos no depois.

E assim foi.

E que tenho eu a dizer sobre este fenómeno?

Espetacular. É que não me deu trabalhinho mesmo nenhum. Tudo o que uma gaja quer!

Não serve para substituir refeições completas e o sentimento de satisfação é breve.

Não vem mal ao Mundo, ainda que se saiba que não é apenas com esta alimentação que se mantém corpo e mente sã (acho que se pode falar até em "literalmente")

Em qualquer dieta de emergência, existe o dia/refeição do pecado, que é permitido e aconselhado, pelo que um episódio em que apenas está em questão o "eu quero, tu queres, queremos os dois, bora", sem dramas e horrores, sentimentos desencontrados, jogos psicológicos, fins tristes e meses de amargura, é absolutamente imprescindível para a sanidade mental.

Não é dali que sai um grande amor. Mas também não sairá um murro no meu ego, uma rejeição, uma traição, e por-aí-fora.

Assim visto de fora não é bonito, não. Mas concretamente, qual é o problema?

ceteris paribus


terça-feira, 6 de maio de 2014

ESTADO CIVIL: NAMERDA

Traduz-se numa espécie de poligamia não consumada, na medida em que concorrem para este satus o último que nos lixou e todas as almas do passado que nos lixaram igualmente.
Reúnem-se todos, em plena comunhão de esforços e meios, para nos deixar namerda.
O João, o Manel, o Diogo, o infeliz do Aníbal, o Vasquinho, o coitado do Rui, o implacável Simão,  vêm todos, em fila indiana, à nossa mente, param diante de nós e, depois de uma esmerada vénia, dizem agora as verdadeiras razões por que nos deixaram. Sem qualquer pudor, dizem: "Porque não vales nada. Porque não és suficiente para mim, ora essa. Acreditaste mesmo naquela do "o problema não és tu, sou eu?" Shame on you!".
E ficamos assim, meio dopadas, com estas palavras a ecoar num espaço que já foi cérebro, durante semanas, meses, anos, até à chegada do próximo que, de forma não menos majestosa, nos conquistará, mentirá, e por fim deixará namerda.
Este estado civil não depende de nenhum outro. Sucede e precede a qualquer um.
Só é casada quem já foi solteira, só é divorciada ou viúva quem já foi casada. Mas estar namerda tanto pode seguir-se ao estado de casada, como de viúva, como de solteira. Por outro lado, quem está namerda, com maior ou menor dificuldade, poderá vir a estar solteira, casada ou viúva, ainda que não acredite minimamente em qualquer dessas possibilidades, numa convicção que se firma à medida que os chocolates se vão instalando nas coxas.
Namerda é o estado em que se fica depois de uma situação de merda e imediatamente antes de outra que sabemos que será igualmente merdosa, mas que ainda assim nos metemos nela com toda a convicção, porque do que gostamos é de viver neste limbo insano. 
Namerda devia dar-nos prioridade nas filas do supermercado e os melhores lugares de estacionamento. É que uma pessoa que está namerda é tão frágil quanto perigosa. Não vale a pena facilitar, dêem-nos um cartão para pendurar ao pescoço e mantenham alguma distância, mas sem perder alguma simpatia condescendente.

MM