sexta-feira, 21 de março de 2014

Há momentos na vida em que o mais sensato é parar tudo e vir escrever barbaridades para um blog sem audiência. Sou uma pessoa pacata, pouco dada a convulsões e não tenho qualquer vocação para gerir seja lá o que for. E este primeiro trimestre está a ter demasiados acontecimentos. No trabalho, começo a vislumbrar a possibilidade de exercer a minha profissão de forma lucrativa. Chega a ser bonito, mas sai-me do pelo. Começo (outra vez!) a hipotecar fins-de-semana e já falo torto ao chefe quando me pergunta como está "aquela" situação, parecendo sugerir que é a única que tenho para tratar. E agora tenho outro chefe. Que é também a pessoa com quem tenho andado entretida a outro nível. Num outro nível que  também não sei gerir. E comecei a praticar boxe, tenho umas luvas todas catitas que me foram oferecidas por esse tal que me dá trabalho e pretende dar outras coisas que eu não sei se quero. Às tantas ele não tem 15 anos, tem intenções mais a longo prazo e eu não me sinto propriamente posicionada nessa direcção. Mas também acho que não devo preocupar-me com isso, já vi grandes intenções levadas por 10 minutos da típica conversa "O problema não é teu. É meu. Não te mereço". Eles têm todas as melhores intenções, nós queremos ir com calma, ao 3.º dia já dizem como vai ser bonito envelhecermos juntos, nós continuamos a apelar à calma, e um belo dia vestem-se a rigor e os que gostam de caprichar ainda acrescentam "não, não há outra pessoa". De modo que não sei o que faça, o que diga, o que sinta em relação ao assunto. É ir andando e aproveitando até à aproximação do muro de betão onde me vou enfaixar a 300 Km/hora. Acima de tudo esta nova situação dá-me jeito para por travão à libertinagem dos últimos tempos. E quanto ao mérito da situação propriamente dita, o tempo lá se encarregará de me atirar para um sofá com dois maços de lenços de papel e 4kg de chocolate. Na próxima semana vou à "senhora". E talvez ela me elucide sobre o caminho que devo seguir. E agora que já despejei uma pequena parte dos pensamentos tortuosos, tal e qual eles me foram surgindo, vou ali fazer a depilação, vestir qualquer coisa, calçar uns rasos e ver o que acontece.

MM

segunda-feira, 17 de março de 2014

Sexta-feira à noite (desde há 500 anos): a minha sobrevivência passa por uma garrafinha de vinho branco acompanhada por conversa acessível. 
Segunda-feira de manhã (desde há 350 anos): a minha sobrevivência passa por não ter ultrapassado o plano de Sexta-feira à noite. Uma garrafa seguida de muitos outros copos e uma saída com os inerentes acontecimentos é situação que transforma o remédio em veneno. Já devia saber. Mas não, tenho sempre a esperança de que tudo vai correr bem. Não corre, um dia vou convencer-me disso definitivamente.
Hoje comecei e não terminei umas 10 coisas. Tive lapsos de memória. A inteligência não compareceu. O discurso é do mais básico que o ser humano conhece. O que digo é só um bocadinho menos confuso do que o que penso. 
Segunda-feira. E o meu cérebro não se salvou do naufrágio.

MM