quarta-feira, 12 de outubro de 2011

It's a new day, It's a new start

Acordei, olhei para o relógio, que me mostrou umas 8h30 e, convencida de que era sábado, virei-me para o outro lado e pensei: "vou poder dormir até não conseguir mais, que coisa-maravilhosa-que-nem-sei-se-mereço".
Acto contínuo, alguma coisa no meu subconsciente começou a alertar-me que "às tantas não é bem assim". Os 2 neurónios disponíveis começaram a processar o incidente e eu percebi, finalmente, o meu grande equívovo: não é sábado coisa nenhuma, é quarta-feira, vais ter que te levantar e ir trabalhar como fazem as pessoas crescidas.
E então, durante longos e lentos 5 minutos, estive a tentar perceber que raio de confusão foi aquela, como pude alhear-me tanto da realidade. Pronto, e percebi: é que não é costume - não que seja assim tão inédito, mas enfim, não é prática habitual - eu beber álcool a uma terça-feira em quantidade que, não sendo muita, que não foi, é suficiente para não ser concebível assumir-lhe as consequências em pleno dia de lavoura.
Ou seja, na minha cabecinha, muito racional, só podia ser sábado. E sendo sábado, vamos lá então curtir calmamente o vinho que se bebeu ontem. Ah, então afinal é quarta-feira, aguenta-te à bomboca.
E bebeu-se vinho a uma terça-feira em virtude de um acontecimento em tudo esotérico. Ontem, pela primeira vez nesta minha vida onde tudo o que se consegue é sofrido, repetido e cansativo de tão esmiuçado, consegui fazer uma coisa à primeira. Assim mesmo, à primeirinha tentativa. Sem ter que repetir, sem ter que me chatear, sem ter que dizer mal da minha vida, sem chamar nomes bonitos a meio mundo.
O acontecimento é tão surpeendente que provocou em mim uma sensação nova, nunca antes experimentada. É que nem a carta de condução eu consegui tirar sem ter que repetir a porcaria do exame de condução por causa não de um muro, não de um stop, não de uma passadeira, mas de um sinal que decidiu ficar não vermelho, mas amarelo. Sim, eu chumbei porque cometi a loucura, a imprudência de não travar bruscamente para ficar a contemplar o amarelo. Esta situação é uma alegoria ao azar que tenho em tudo.
Por isso é que, depois de constatar esta manhã que afinal não ia poder dormir alarvemente, alentou-me a certeza de que estou a começar uma nova fase, boa por definição, fantástica pela vitória que foi alcançá-la depois de 2 anos de luta e muitos desesperos, e não pude deixar de sorrir interiormente (e suponho que até exteriormente) e levantar-me com toda a energia e vontade de enfrentar mais um dia de trabalho que não deixa de ser um primeiro dia de trabalho.

Mutatis Mutandis