segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Vais pá onde

As VaisPáOnde e companhia vão, desta feita, perder a cabeça e experimentar um destino para o qual, uns anos antes, diríamos não estar suficientemente preparadas. Julgamos ser necessário alguma maturidade e clareza de espírito para lidar com experiências que no nosso Portugal não fazem parte das nossas vidinhas.
Ora Amesterdão, local onde tudo é legal e bem visto, a modos que implica desde logo uma certa solidez de convicções, que à partida reconhecemos poder quebrar mas com moderação e cuidados redobrados de forma a limitar consequências. Os bolinhos que fazem ver coisas ou o chá de canabis estão para Amesterdão como os ovos moles estão para Aveiro. Alguém vai a Aveiro só para ver o Forum ou andar de barquinho nos canais da cidade? Não. Uma pessoa vai a Aveiro, come uma barrica de ovos moles e depois dá um saltinho ao Fórum e aproveita o dia de sol para dar uma volta nos barquinhos. No fim do dia, e para o resto da vida, recorda com saudade da barrica de ovos moles classificando a cidade no seu todo como bonitinha, agradável ou fofinha. Desconfio que em Amesterdão tenderá a seguir-se o mesmo tipo de lógica.  Ainda nenhuma iluminada tentou perceber qual o tour turístico a seguir na cidade da red light: "logo se vê" que é como quem diz "na viagem de avião delineamos um plano e decidimos quais os monumentos a registar fotograficamente".
Neste tópico de monumentos, levantar-se-á com certeza um problema: eu odeio que me chulem 15 euros e 3 hora de espera para ir ver estátuas e quadros. Dá-me mesmo nos nervos. Ora para as restantes iluminadas desta viagem a coisa justifica-se..a menos que eu jogue bem duro e as faça perceber o que de tão belo poderíamos fazer com os 15 euros e as 3 horas.. Quanto mim, segue-se a mesma estratégia seguida no Louvre e noutros que tais: 3 fotos - uma à fila, para justificar não ter entrado; uma aos polícias, por tradição; e uma ao monumento em causa, para mostrar à mãe.

O que de mais bonito têm estas viagens não é preciso pagar para ver. Está na cultura gratuita que se experiencia, que vai desde o momento de check in no hotel, ao ambiente do café ou no simples movimento das ruas. Quando eu quiser muito ver a Mona Lisa, e principalmente perceber a história que rodeia o quadro, faço confortavelmente uma pesquisa google.

ceteris paribus