quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Desculpem-me lá o mau jeito mas.. xau aí, fui

Chega-se o momento tão esperado desde o mês de Agosto passado. Os feriados de Dezembro e as mini férias que são tiradas, não por acaso, nesta altura, minimizando-se os dias de falta ao trabalho à conta destes mesmos feriados.

Um pequeno aparte, mas que acaba por ir de encontro com o que me vai na alma, hoje é dia de greve.. e eu adorava ficar em casa ou ir para uma praça pública conversar e dar uns gritos de guerra contra o tão chamado "sistema" mas tenho mesmo muito que fazer no escritório.. e tenho cá a sensação que este dia apenas se iria reflectir na descida do meu salário e acabava por não resolver coisa nenhuma. Por outro lado sou mais adepta de outras posturas como, por exemplo, a das pessoas da Sicasal. A fábrica arde e os colaboradores passam do desmanche da carne para a lavagem e recuperação de maquinarias e espaço físico. Isssstooo é acção que se tenha para ultrapassar a crise!! Não é a parar o trabalho para ir gritar para a porta do primeiro ministro. Em termos práticos a primeira opção de facto resulta em algo. Os colaboradores da Sicasal não perdem o seu trabalho, são remunerados, elevam o reconhecimento da marca no mercado por tão bonito gesto e ficarão todos a ganhar com a possibilidade de não ver a casa fechada e com jeito até um aumento de produção e aumento salarial ou de postos de trabalho que levará a menos desemprego local, bla bla bla todo o ciclo económico que se estuda em qualquer cursozeco de economia e gestão e que se traduz e resume em felicidade para todos.


E voltando às férias. Chega-se então este momento tão querido do 2º semestre do ano. Chega-se, mais concretamente, aos dias que antecedem toda essa magia, e que de facto me levam a dissertar 5 minutinhos.

Nestes dias o que me assola o coração vai desde
-o caos que vai ser quando eu regressar de férias;
- a urgência em fazer o mais possível antes de ir embora para que a "máquina" não se note parada uma semana;
- o jogo de cintura na agenda de reuniões só para daqui a 15 dias de forma a que n se note que aqui operária vai de férias (maldita);
- a pressão dos que rodeiam "vais de férias???? (ar de choque seguido de um olhar travesso) humm"
- uma mini pontada de culpa porque estamos todos tão mal e em profunda crise e vai moi meme para Amesterdam sem olhar para trás.

Pronto, existe todo um outro conjunto de questões relevantes mas que são de teor mais fútil tipo roupa, vou andar muito até encontrar o hotel, terei ar condicionado decente, a comida será boa, as prostitutas vão me meter muita confusão, vou levar com vento e chuva na fronha, levo o cabelo liso ou encaracolado, levo apenas dois pares de botas, levo só vestidos ou também calças, caraças não sei dizer nada nada mesmo na língua deles...enfim... todo um mundo de questões que me vão passeando pela mente.


A dias de colocar a tão bela mensagem no email "estarei ausente até ao próximo dia.. Qualquer questão urgente contactar ..." penso como pode uma mísera semaninha de férias causar tanto pânico por estas bandas... Ou seja, mulher que é mulher que não pense em engravidar ou casar... porque aí a coisa prolonga-se por mais uns tempos e como é?? enquanto dou de amamentar o puto mando um email? ah como é bom de ver, e contra aquilo que eu sei que deveria fazer, não vou levar portatil ou mesmo telemovel da empresa.


Mas estas questões passam-me rápido porque logo percebo que já perdi 10 minutos a pensar na morte da bezerra e tenho muito para fazer antes de ir de férias.


certeris paribus