segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

E é disto que temos.


Sempre fui pouco adepta de coisas só de gajas. O típico jantar só de mulheres, de preferência com a senhora da maleta vermelha, é situação capaz de me arrasar a paciência. E aqueles comportamentos cliché de ser giro não saber trocar um pneu, de ser fofo não se conseguir pegar em coisas com mais de 2,350Kg, chegam a causar-me irritações cutâneas. Ver gordura até nas pálpebras e fazer disso motivo de automutilação alimentar é também sítio onde não me encontram.
Mas tenho que admitir que sou a personificação de todas as teorias existentes acerca da TPM. Duas semaninhas antes do acontecimento, há uma parte de mim, melhor, duas, que se autonomizam de tudo o resto. Passam a ter vida e manias próprias. Há também uma proeminência abdominal digna de patente e nunca falha o registo vulcânico na fronha. Fico sensível ao ponto de me emocionar a ver as previsões meteorológicas e, não fosse uma grande estupidez, emborcava uma média de 2 kg de chocolate por dia (como ainda tenho vergonha na cara, fico-me por 1kg). Falar comigo no dia do dito sem antes me verem engolir trifenes e nurofenes e outros enes é um acto inconsequente.
Depois a vida fica mais fácil, os níveis de estrogénio acalmam-se e volto a ser bruta e insensível como as casas. Durante três semaninhas, até o fandango recomeçar, só me apercebo do tão gaja que sou quando me largam no shopping depois de um dia difícil de trabalho (não é futilidade, é terapia).




Mutatis Mutandis