quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Vou já escolher a melhor esquina

Neste mundo distinguem-se dois tipos de pessoas: as que têm filhos e as que não têm.
 
As que não têm, além dos filhos, são totalmente desprovidas de argumentos válidos para tirar conclusões sobre qualquer assunto que vá parar ao tema "filhos e educação". Pelo menos é o que as que têm filhos consideram.
 
Quem nunca levou com " quando tiveres filhos vais ver" seguido de "eu também pensava assim antes de ter filhos" só porque uma não-mãe ousou dizer    "não sei se me vou aguentar 5 meses em casa, sem trabalhar, só a amamentar a criança e a ver a "Tarde da Júlia".. aos 3 meses já depositei a cria numa creche, é certo".
 
Ui e se se ousa ir mais longe e dizer que obviamente que uma criança com 10 anos que dorme com os pais, e portanto passam-se séculos sem que o casal se "toque", não faz mais do que os próprios pais lhe permitiram fazer?! aí não somos apenas pessoas desprovidas de filhos e de razão.. passamos a seres totalmente desprovidos de alma e sentimentos.
 
Pois advinha-se então o que as mães acham quando uma não-mãe diz     "estas pessoas acham que podem ter filhos como piolhos e contar que o Estado as sustente.... Devia haver um limite de crianças por casal/rendimento familiar da mesma forma que são limitados os animais de estimação por metro quadrado. Quem tiver mais do que lhe é "permitido" então pode começar a fazer contas à educação e saúde que vão ter de assumir por inteiro".
 
E não me estiquei mais na minha tese porque estavam vários olhos enfurecidos, e uns outros incrédulos, a rogarem-me pragas. Calma, eu não disse que era de se matar os que vêm a mais e afogar sem dó os que nascerem do sexo feminino ou com uma qualquer deficiência. Só acho mesmo que neste, e outros temas, as pessoas precisam de ver a sua vida restringida por regras pois de outra forma não se governam de forma inteligente. Com estes limitezitos deixávamos de ver pessoas com rendimentos familiares de 500euros e três filhos a exigirem da Segurança Social um qualquer subsídio...quando deviam era mandar forrar o útero com papel de encadernar os livros da escola dos putos.
 
E se eu disser que não sei se quero amamentar... vou certamente aparecer morta numa qualquer esquina suja.
 
E se eu for mais longe ainda e disser que a única diferença entre mim e o pai da cria é que eu é que sou a vaca leiteira e a lancheira portátil? No restante as tarefas serão divididas de forma perfeitamente equitativa.
 
(eu já o ousei dizer em voz alta e a resposta, depois do "não sabes o que dizes porque não és mãe", foi "oh.. mãe é mãe... teve o filho 9 meses dentro de si... o pai nunca vai sentir o mesmo que a mãe sente por um filho.. porque é só pai.. mãe é mãe". E com isto se perdem todos os argumentos e a vontade de argumentar.. seria chover no molhado e entrar numa psicose qualquer que, se calhar, só as mães ganham com a maternidade.
 
 
ceteris paribus