segunda-feira, 27 de maio de 2013

Cuspidela no ar

a desvantagem de um curto histórico de blogue é que com alguma facilidade quem o escreve vai reler postas antigas. Eu já o fiz algumas vezes, na falta de novas postas da MM, até porque me dá jeito relembrar o quão poderosa é uma cuspidela atirada ao ar..

Ora recordo a minha tirada extremamente inteligente, aquando o meu contacto com um par de dança cujo facebook denunciava uma mulher e uma filha, com direito a gatos e tudo. Eu, no alto da minha sapiência, impedi-me de alimentar na minha cabeça uma futura e bonita história com aquele ser. Dizia eu que até era gaja para tolerar o gato, mas mulher e filha era de mais.
Pois se não quando me vem parar ao colo (nessa fase estava ainda completamente inocente) um tipo que tem tudo, menos o gato e a filha (que eu saiba). E a menina ter juízo e pôr-se a milhas? Na. Vai de chafurdar.
Como na maioria destas historinhas merdosas (para todos os intervenientes) há uma série de pseudo justificações dos infractores. Ele é porque a relação está nos seus términus, ele é porque foi impossível resistir a uma relação tão airosa e saudável (em contraposição à relação doente que se mantem desde 1900 e carquejo). E justificações para não por um ponto final na relação que se está a trair? pah.. por pena, diz ele! (pena!! xiça.)
E do lado da vaca está aquele pensamento forçado "Ah não sou eu quem está a trair. Ah eu não o procurei".
Pois, mas depois vem aquela sensação bonita de altruísmo que resulta em viver-se bem a um jeito que agrade o senhor, coitado que já lhe bastam todos os outros problemas que tem, e não ser mais que um muro de lamentações. Surge ainda um facto irritante que se traduz em manter sempre em mente "Eu não quero ser como ela. Eu não quero ser tão chata. Eu não quero ser tão fria. Eu não quero ser comparada, nem na cor de cabelo, com ela.".
E pronto, temos uma relação ficcionada, que se passa mais na minha cabeça do que na realidade, e da qual o outro só conhece a sensação de se manter em contacto o dia todo e, de mês em quando, sentir que subo tanto paredes quanto ele. Também de mês em quando lhe ponho a vista em cima e deixamos claro quão forte é o adolescente que vive dentro de nós.
E como é que tudo isto termina: ele emigra (já o segundo que me faz esta brincadeirinha). Ela mantém o seu lugar em stand by e eu saio de fininho de cena.
bonito hein?
 
ceteris paribus
(não fosse este blog anónimo e eu era chicoteada em praça pública de mãozinha dada à bloguer que disse ter por sonho comprar uma mala channel)