terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Ressabianço

Não é assim nenhuma novidade, ressabio com frequência de pequenas questões da vida, contidamente ou em conluio com pessoas das minhas relações.
Novidade foi a necessidade que me deu de ressabiar publicamente. Não é bonito, não é, mas teve que ser.
Então agora, agora que eu sou uma pessoa crescida, tenho que me deparar com o nascimento de uma linda amizade entre pessoas minhas amigas e pessoas minhas completas e declaradas inimigas? Não pode ser. Assumo alguma impotência para tratar de questões desta sensibilidade. O mais acertado seria confrontar as pessoas em causa e perguntar o que raio se está a passar. Outra solução seria esperar que o circo pegasse fogo de vez e, nessa altura, empacotar amigas e inimigas e colocá-las no caixote do lixo orgânico (sem hipótese de reciclagem, apenas com a possibilidade de fertilizar a minha experiência).
Faltou-me a coragem para optar por uma daquelas decisões. E porque a situação é meramente iminente (mas já por isso suficientemente grave), bastei-me com um comentário geral lançado no Facebook. Sou adepta da prevenção mais do que da repreensão e aquele "desabafo" serviu para dar "o toque" às pessoas visadas. A mensagem "estou a topar a cena e estou a adorar o indrominanço" chegou aos destinatários. Houve já quem viesse dar sinal da sua lealdade. Aprovei o gesto, foi de quem se sentiu chamado ao assunto sem de facto o ter sido.
Não tenho a pretenção de controlar as pessoas. Se querem construir amizades insólitas (despropositadas, descabidas, funestas, aterradoras, tenebrosas e mais e mais e mais), tudo bem. Mas que fique claro que eu não vou ficar a assistir; saber sair de cena é tão importante como saber entrar. Se nem sempre é verdade que "amigo do meu amigo meu amigo é", inegável, para mim, é que inimigo do meu amigo, meu inimigo é. 
Há opções que temos que fazer na vida. No que diz respeito a esta matéria, eu iria/irei fazer as minhas conforme o rumo da coisa. Certo, certinho é que não quero perto de mim pessoas que se constroem e moldam conforme o que convém a cada momento, pessoas que lêm Maquiavel ao pequeno almoço ou, simplesmente, pessoas que, sem qualquer intenção de me desprezar, não tiveram o cuidado e a inteligência de o evitar.

Mutatis Mutandis