quarta-feira, 30 de julho de 2014

Um dia, quando fores mãe, vais perceber

"A evolução do ser vivo é notória. E se as mães não têm de lamber os filhos à nascença, porque raio têm de as amamentar como se fossem vacas?!"
 
Esta foi a tirada do ano da querida MM, que obviamente não é mãe... porque se fosse, não falava assim! (-->  E isto é o que uma mãe diria à MM se ouvisse tal javardice mental.)
 
Eu compreendo, e até concordo. Na minha convicção, só o pai da criança terá acesso, controlado, ao meu peito, ad eternum (sou uma romântica). A criança, algures entre a saída do hospital e o fim da licença de maternidade (aos 3 mesitos...a puxar!! ) vai ter de "pegar" outra garrafa. Nunca ninguém morreu por beber leite marca continente.
 
Suspeito que qualquer mãe se benzeria com tais convicções mas vamos lá perceber que, se a gravidez pode não ser uma situação sempre controlável, a amamentação é! Havendo alternativas, e não se pretendendo que a cria morra à fome, a mãe pode bem decidir se quer, ou não, andar com rodelas de algodão a amparar o leite, que escorre inadvertidamente pela camisa, a meio de uma reunião.
 
Mais uma coisinha que concluímos nas nossas longas dissertações sobre o tema:
 
Quem decide quando engravidar? É a mulher. E é uma decisão solitária. E não me venham com a  história "decidimos, em conjunto, ter um filho". Não. A mulher decide que está na hora (há quem diga mesmo que o relógio biológico é uma historinha real). Se o homem concordar, óptimo. Se não, azarito, vai acontecer, sem querer.. (vou mais longe e arrisco afirmar que quando tem de ser, será, sem uma discussão prévia sobre o tema...). E se o homem quer mas a mulher não.. azarito, vai ter de esperar que Deus me permita engravidar, e às tantas descubro uma infertilidade temporária que mezinha nenhuma trata. O ideal é não haver discussão sobre este tema, entre o casal. Não vamos fingir que isto se decide em conjunto, numa conversa fofinha, no intervalo da novela da noite. Vai dar merda se a opinião do homem não for coincidente com a da mulher. 

A mulher tomará então as suas precauções até considerar que é o momento ideal. Vai certamente ter em linha de conta:
- a situação patrimonial do casal (ela sabe bem que terá de haver dinheiro para renovar o seu quarto de vestir e a sapateira e dizem os entendidos que uma criança faz aumentar os custos mensais do casal em 250€ - 900€/mês. Ela fará bem essas continhas todas, se tiver o mínimo de inteligência),
- o estado da relação (depois dá-se o caso de engravidar para segurar a relação, que sabemos todos ser a coisa mais parva a fazer em fase de ruptura),

e enfim. Procriará. Com ou sem pai presente, a coisa se arranjará da melhor forma.
 
Surpresa.. é mesmo assim que funciona, meus caros. E tentar contraria-se/discutir-se uma destas convicções  vai resultar certamente na ruptura do casal.

So... e como diriam os mais velhos, "o que não tem remédio, remediado está".

E como diria o outro " ou lidas com isso ou não lidas".
 
ceteris paribus